*Alexsandro Alves
O governo federal acaba de assinar decreto que institui uma bolsa para alunos do Ensino Médio.
Sabemos onde isso acaba.
Isso é a semelhança do bolsa família, uma espécie de cabresto para garantir votos.
E eu fico pensando o que este energúmeno pensa que está fazendo com os jovens!
Primeiro que a permanência em sala de aula, bem como o desejo de estudar, não são boas qualidades que se geram com dinheiro. Aqui se mostra um vício eterno brasileiro: o menosprezo à educação e ao valor meritório individual.
A maioria do corpo discente terá um incentivo financeiro para permanecer em sala de aula. Notem, não é por aquisição de cultura formal, pelo desejo de modificar a alma através do conhecimento. É um prêmio.
Como um cachorro que recebe um biscoito canino porque se comportou bem, ou uma criança que acredita em Papai Noel e será recompensada no Natal porque fez coisas boas durante o ano.
É tratar o indivíduo como imbecil. O governo imbeciliza.
Como eu tenho desprezo por essa situação.
Eu frequentei escola pública porque sabia da importância da escola, não foi porque Papai Estado bancaria meu Iphone no final do ano.
É muita patifaria!
Como professor, eu sinto nojo das ideias calhordas desse governo: comprar voto já na adolescência!
Os discentes se amontoarão nas salas de aula, doidos pelo dinheiro estatal. E continuarão como hoje estão: sem saber ler um parágrafo, sem saber resumir um texto, sem saber as quatro operações básicas. Nada mudará e não é esse o objetivo. Ao se encher o bolso de jovens e ainda vincular esse dinheiro à permanência em sala de aula, à educação, o governo dá um péssimo exemplo de assistencialismo paternalista.
Qual o sentindo de uma educação universal se esta é na verdade um caminho para a servidão e dependência estatais?
O bolsa família é vinculado à permanência do discente na sala de aula. Sabem o que ocorre?
O discente sequer assiste de fato as aulas: está ali apenas para garantir a mesada estatal para os pais. Quantas vezes eu não ouvi: “passe fulano ou passe fulana para ela não perder a bolsa família!”. Mas fulano ou fulana sequer frequentava as aulas. Percebam como a mentalidade escolar já aleija o que já é manco. Puro suco de servilismo e pobreza oferecido aos montes.
Educação é uma conquista individual e não um favor que o Estado concede a uma coletividade.
Eu já imagino as ameaças que os professores receberão dos alunos!
“Eu tenho que passar! Eu fiquei o ano todo nessa merda e agora você não vai me reprovar! Eu quero meu dinheiro!”
Só aumentará o processo manicomial que é o Ensino Fundamental no Brasil.