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Onde estão os leitores?

Fundador de Navegos constata uma realidade atípica no cenário literário do Brasil: há mais autores do que leitores!

*Franklin Jorge

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Um passeio por esses ‘’clubes de leitura’’ e ‘’amantes de livros’’ nos descortina uma realidade aterradora. Temos mais escritores que leitores. Um dado preocupante que passa sem reação e despercebido: essa degradante enxurrada de escritores que não leem ou leem a própria obra. Leitores que desejam ler ‘’livros de romances’’, ‘’livros de fantasia’ etc, uma enfieira de subgêneros que afrontam o leitor que surgiu do hábito da leitura e suas exigências de qualidade.

Há pessoas bem-intencionadas, há, querendo sobraçar esse pântano de atrativos e frustrações

Há muitos leitores de Augusto Cury, Paulo Coelho, Martha Medeiros. E alguns autores que surgem do nada, de repente, quando leem que alguém quer adquirir livros e pede sugestões de título e autores: ‘’Compre o meu! Compre o meu!’’ ‘’Compre meu romance e fique por dentro da Pandemia!’’, ‘’Quem é melhor, Machado de Assis ou Isabel Allende?’’, ‘’Capitu traiu mesmo Bentinho?’’, ‘’Me disseram que Bentinho era apaixonado por Ezequiel’’… ‘’Bruna Surfistinha é um bom romance?’’ ‘’Quem lê mais de um livro ao mesmo tempo’’, ‘’Quantos livros vc lê por ano?’’

A falta que faz uma boa professora que instrui e contribui ´para despertar a curiosidade e ampliar os horizontes intelectuais de seus alunos.  Como Dona Glorinha, Maria da Glória Pessoa, cujas aulas, no dia seguinte, eram ansiosamente aguardadas, como um prazer que nos incita a espera. Tudo se degrada inexoravelmente. Devagar e sempre, como manda a Lei.