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Oportunistas a granel

Natal terá nas próximas eleições uma enxurrada de falsos tutores em busca de um mandato na Câmara Municipal. Muitos dos quais não passam de impostores a explorar a boa fé daqueles que amam verdadeiramente os animais e se comovem com a sua miséria.

*Franklin Jorge

Nunca os animas abandonados foram tão amados por políticos como está ocorrendo em Natal, cidade que se destaca pelo desprezo congenial com que trata os animais de rua. A começar pela própria Câmara Municipal que sequer tem se manifestado sobre a barbárie das vaquejadas que sobrevivem ainda nas grandes propriedades rurais.

Para alguns, parece bom negócio a exploração desses desvalidos que vagam famintos e sedentos por nossas praças de ruas, em busca de custosa sobrevivência que às vezes lhe vem envenenada, como ocorre em bairros como Cidade Satélite, conhecido pela mortandade de animais de rua, apesar da vigilância de um grupo de mulheres que se dedicam a minimizar-lhes o sofrimento.

Em primeiro lugar é preciso deixar bem claro que animais não são brinquedos, mas seres vivos e sensientes, capazes de sentir frio, fome, medo e desespero, como quaisquer seres racionais. Exigem, de seus tutores, mais que mero exibicionismo, exigem amor e carinho, mas amor e carinho transformados em ação e atos concretos.

Em primeiro lugar, quem comprar animais em cativeiros não me parece bem-intencionados. Quem ama de faro recolhe as ruas, trata-lhes e cuida, sem se importar com pedigree e sem dar lucro a canis e gatis que são verdadeiros cativeiros.

Aos que de fato amam os animais e desejam de alguma forma ajuda-los, rogo que pensem bem na hora de votar, sem se deixar enganar com falsos tutores que usam bem as palavras para iludir e manipular as pessoas de boa fé.

Não se deixem iludir com encenações e palavras sem ações. Quem ama de verdade o faz em silêncio, às vezes até com sacrifícios, sem tirar proveito disto. O que me faz lembrar aqui o Seu Zé, que nos fornecia água e gás na Vila dos Espanhóis, em Tirol, que de tostão em tostão reuniu mais de 2 mil reais para salvar a sua cadela de um câncer. Isto, sim, é amor e altruísmo. Um ato desprovido de interesses pessoais.