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Os 90 anos de Dr. Albérico

Transcorre neste domingo, dia 5 de novembro o aniversário de um dos ‘homens bons’ de Natal e o Fundador de Navegos se antecipa à Comemoração, promovendo na última Quarta-feira, Dia de Todos Os Santos, um café organizado por Janilson Sutero que reuniu, além do homenageado, o empresário aposentado e escritor Laurence Nóbrega e Lúcia; o Procurador Federal aposentado e escritor Edilson Alves de França; o Latinista aposentado Francisco Dantas; o jornalista Toinho Silveira; o editor desta revista, escritor Alexandro Alves..

*Franklin Jorge

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Abaixo o Depoimento que preparei para a essa ocasião especial que reuniu. Um tanto truncado pela dificuldade de ler e escrever, depois da Isquemia:

É crença antiga no Oriente Médio que o mundo só não sucumbe por que é amparado e sustentado por 40 Homens Justos que não se conhecem e asseguram a Santa Continuidade com suas virtudes.

Creio ser o nosso querido Albérico Batista da Silva, ‘para mim, ‘’Doutor Albérico” e para outros que me antecederam em seu bem-querer, ‘Alberico’, ‘Berico’, ‘Velho Berico’, que me lembre, todas, formas jubilosas de celebração dessa amizade que nos consola e alegra em nossos encontros e lembranças. Até as cadeiras se animam em sua presença.

Conheci-o ao chegar ao Acre, há mais de 30 anos, para assumir logo depois a Direção Geral do Complexo de Comunicação O Rio Branco, diário fundado por Assis Chateaubriand e Emissora de TV afiliada ao SBT, pertencente ao Grupo Mendes Carlos, onde ele, Doutor Albérico já trabalhava chefiando o Departamento Jurídico da empresa.

Deu-me, naquela radiosa manhã de janeiro, as boas-vindas que me surpreenderam e me encantaram, em contraste com a solidão que eu sentira em Rondônia. uma terra violenta, informe e inóspita que um Cartógrafo árabe, antes da Descoberta do Brasil, assinalou com a Entrada de um dos 7 Portais que dão acesso ao Inferno abissal e tenebroso.

[…]

Como amigos que se reencontram de maneira inesperada, senti-me de repente feliz, por estar sendo assim recebido  por esse homem gentil, jovialíssimo  e elegante, ali à soleira daquela porta da sala que em breve seria a de meu Escritório, a partir do que a deixei sempre aberta e onde passei a receber, das 7 às 1h da manhã, todos os dias os acreanos Queria, pelo Jornalismo impresso e televisado, Redescobrir O Acre Para Os Acreanos, projeto que engendrei ao perceber a extensão do Bairrismo em Rio Branco e, em nível mais alto, um desconhecimento generalizado da Cultura Acreana, mesmo entre jornalistas mais jovens em relação aos Veteranos que conheci, mais bem informados. O desapreço pela Cultura Acreana, pareceu-me bem encarnado em um Militante que presidia a Fundação Cultura e era exaltado como um Bom Camarada porque reconhecera seu talento e dera como amparo a um homem já sexagenário que viera dos Seringais, escritor e pintor-documentarista extraordinários, um caridoso meio de vida: emprego de Vigia Noturno em uma escola, o escritor e o artista plástico mais representativos da Cultura Acreana, Hélio Melo, que se tornaria nosso amigo incomum pelo tempo em que vivemos no Acre.

À soleira daquela porta que viria a cruzar tantas vezes, senti-me feliz, por estar ali, vivendo aquele momento que Joyce ou Rilke – ou, ainda, Myriam Coeli de Araújo Dantas da Silveira -e pareceu-me auspicioso que certamente me deixara com o ar de quem vira um Passarinho Verde que anuncia venturas.

[…]

Dito isto, confesso que podia ter-me beneficiado mais de seus Conselhos e de sua experiencia cheia de vida. Confesso, entanto, que abusei de sua paciência e generosidade mais de uma vez. Sinto-me frequente e inesperadamente gratificado por essa amizade.

[…]

Seria Dr. Albérico o protótipo do Homem Cordial configurado por Sérgio Buarque de Holanda em seu ensaio Clássico, valendo como Referência àquelas que buscam um sábio jovial, dotado em grande medida de virtudes que nos faltam; uma bússola e um ser que nos ilumine e encoraje com o calor de suas palavras.

Dotado de capacidade de ação e generosidade, assim o Doutor Albérico que conhecemos; um homem, como poucos entre nós, Construtor de Pontes interpessoais; Pontífice de Numerosa Confraria, Doutor Albérico

Como disse, conheci-o de repente no Acre, em Rio Branco, onde escreveria um novo Capítulo em meu Diário. Um ser que une e aglutina, fazendo-nos partícipes e convivas desse banquete de vida.