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Os “gênios dos livros” estão fora das garrafas

Alex Pipkin, PhD, escreve sobre a boçalidade e a extravagância de certo modelo de conhecimento acadêmico que nada produz, a não ser um bom “tapinha nas costas” entre pares.

*Alex Pipkin, PhD

[email protected]

 

Muitos de meus leitores conhecem à metodologia de identificação do perfil comportamental dominante de uma pessoa. Trata-se do DISC.

Basicamente, têm-se o dominante, o influente, o estável e o analítico. Não há um perfil melhor do que o outro.

De fato, temos um perfil adaptado, e somos, verdadeiramente, uma combinação de perfis.

Penso que sou mais dominante, orientado para resultados e, ao mesmo tempo, analítico.

Talvez por isso eu seja, cada vez mais, cético e desesperançado quanto a nossa “academia” e o seu sistema “meritocrático” em voga.

Nessa Republiqueta verde-amarela, qualquer sujeito com discernimento e lógica, sabe que os incentivos e as punições em nível institucional estão profundamente mergulhados, de cabeça para baixo, num mar de lama.

Ah, como os incentivos importam!

Na academia, por exemplo, existe um processo de reconhecimento e, portanto, uma enorme pressão por publicações em periódicos científicos. O que não isenta, em algumas situações, de uma “módica cobrança”.

“Científico” é uma espécie de eufemismo para qualificar os pares do “clube inglês”, com suas solenes e risíveis discussões sobre gestão e negócios, sobre temáticas completamente frívolas, despidas de qualquer relevância e impacto para o mundo empresarial real, e que por isso, não conseguem alcançar sequer os portões de indústrias e de outros negócios. Quando conseguem superar essa barreira, transformam-se em motivo de espanto, ironia e troça.

O academicismo é abissal, com pompa e circunstância. “Papers” para afirmar platitudes e/ou absolutamente nada.

O conhecimento da realidade empresarial, como ela é, e insights importantes para serem aplicados com pragmatismo no cotidiano das operações empresariais, são extremamente raros de ser encontrados.

Desacredita? Pesquise seriamente.

Na realidade, a verdade e o mundo empresarial real ficaram tão distantes desses “doutores”, que já não possuem mais valor.

Compreensível, são pesquisadores, na sua grande maioria, que não tiveram a oportunidade de colocar sequer um pé em empresas com fins efetivamente lucrativos.

O que vale mesmo, é o poder e o teatro dantesco dentro das quatro paredes

acadêmicas. Eles se congratulam mutuamente.

Não é novidade que a educação, de fato, foi substituída pelo corporativismo canhoto dentro das universidades.

O grande economista, professor Thomas Sowell, tem uma definição perfeita para os nossos mestres da atualidade. São ungidos, aqueles que se autoproclamam a “elite intelectual” de uma realidade impermeável a genuína realidade fática. Os “gênios dos livros” estão fora das garrafas, e no contexto presente, é muito penoso trazê-los de volta.

Sou consultor empresarial, e quando menciono que também sou professor, recebo de parte dos clientes, quase sempre, uma sinalização de desconfiança e/ou de contemplar um puro dogmatismo. “Such is life”.

A turma de PhD’s, no seu íntimo, deve saber disso. São os incentivos invertidos que conduzem a eficiência de algo, normalmente, contraproducente e improdutivo.

Na era da “nova consciência”, a inspiração da hora também passa pelas questões de gênero e de diversidade e inclusão, algumas – poucas – vezes pertinentes, não exatamente aquilo com o qual tenho me deparado. É a tal indústria da “nova consciência” …

Cursei o Mestrado e o Doutorado, porém, e objetivamente, tenho procurado ajudar a empresa e meus clientes a alcançarem seus objetivos corporativos.

Por muito tempo fui executivo, um misto de dominante com analítico, deste modo, focado em resultados para aqueles que remuneram e que necessitam de soluções para os seus problemas concretos no mundo real.

Sou quase um sexagenário, e diferentemente desses ungidos PhD’s, não procuro reconhecimento e glórias pessoais.

Quem tem que lucrar são os clientes!

Triste, mas com a atual pompa e futilidade acadêmica, ser professor, para atuar no ambiente empresarial, a fim de contribuir para a melhoria dos resultados organizacionais, significa, na prática, um fardo.

Ah, como os incentivos – corretos – importam!