*Alexsandro Alves
O retorno do Conselho Nacional de Educação (CONAE), foi um espetáculo de horrores e escancarou o projeto de homogeneização do pensamento, base de todo o governo autoritário, que é o sonho petista para o país. O PT quer, cada vez mais, centralizar a educação do país.
O CONAE elencou metas para a educação brasileira que em nada têm a ver com ensino-aprendizagem, e sim, com doutrinação identitária.
A comédia se iniciou com os participantes: líderes da UNE, representantes de movimentos sociais, até do MST e militantes. A questão não era a pedagogia, era a militância e imposição do ideário petista em sala de aula.
Os discursos, que variavam de algo como “educação é revolução” à “viva, Paulo Freire”, não trouxeram nada de novidade para quem conhece a mentalidade medíocre da militância identitária.
O problema é que o que foi decidido nesse circo de horrores, será a base para programas de educação no Brasil. Mas percebam que será apenas um aprofundamento do que já ronda o ambiente escolar e nos trouxe até estes índices infelizes na educação, com alunos que terminam o Ensino Médio sem saber ler e escrever razoavelmente, mas são capazes de irem às ruas com cartazes e palavras de ordem pré-fabricadas e replicadas.
Educação para o PT não é formação intelectual, é formação de militantes; não interessa a leitura, interessa ler textos que são orgânicos ao partido; não interessa o pensamento, interessa pensar dentro das linhas da “pedagogia do oprimido”; não interessa a emancipação dos entes caros ao processo ensino-aprendizagem, professor e aluno, interessa saberem criticar o sistema.
Observem que este último ponto é uma completa enrolação: criticam o sistema para por fim fazerem parte dele em acordos com partidos e judiciário.
No fundo nós temos o pior do mundos: um modelo que sombreia o positivismo com entradas e aprofundamentos gramscianos, uma mistura dos diabos!
Esse modelo paulofreireano tem produzido imbecis a cada ano. Universidades estão colocando disciplinas básicas do Ensino Médio em sua grade curricular para alunos recém egressos porque estes não sabem sequer o básico de aritmética ou cálculo. Evidente. Não se aprende mais que 2 + 2 = 4; se aprende que há a “realidade na matemática”, o preço do feijão, o preço do arroz…
Os cursos de pedagogia são os mais pobres possíveis: professores que, ao invés de teorizar a pedagogia, usam a sala de aula para falar de sua vivência indígena, lgbt, racial ou feminista. Virou teatrinho, apresentação e aprofundamento de ideologia.
Professores incapazes que não leem um livro, ocupam palanques e microfones para falar de “revolução do ensino”.
O plano do Partido dos Trabalhadores para a educação é um plano não para a libertação intelectual do aluno, mas sim para enredar o aluno em uma visão de mundo específica. Porque para o PT não interessa saber ler e pensar, interessa pensar dentro dos parâmetros do partido, ler é apenas um detalhe.
O método é assim: não interessa saber o que é a uva, conhecer! O que interessa é impor questões sobre a uva: quem a produziu, quem são os explorados, quem lucra, interessa, repito, é a imposição, suave, de uma visão de mundo. Não é ensino, é doutrinação.
O resultado disso, a cada ano, é uma legião de burros formados! Uso esta palavra mesmo, burros (além disso, sabemos do esquema que envolve editoras, escritores e políticos)!
Isso ficou claro no CONAE 2024.