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Os ladrões na política e fora dela

Jornalista disseca os diversos tipos de ladrões que contaminam as instituições e deixam o povo brasileiro de tanga.

*Nadja Lira

O filósofo francês Jean François Marie Arouet, também conhecido como Voltaire, fez a seguinte afirmação:  na vida, existem dois tipos de ladrões. O primeiro é o ladrão comum. Aquele que rouba o seu dinheiro, sua carteira, relógio, telefone, etc. O segundo ladrão é o político. Aquele que rouba o seu futuro, seus sonhos, seu conhecimento, seu salário, sua educação, sua saúde, sua força, seu sorriso, etc.

O filósofo ainda explica a diferença existente entre os dois tipos de ladrões. Para ele, a grande diferença é que o ladrão comum escolhe o cidadão do qual vai roubar seus bens. Já o ladrão político é escolhido pelo cidadão para roubá-lo. Outra grande diferença, não menos importante, é que o ladrão comum é procurado pela polícia, enquanto o ladrão político é geralmente protegido por um comboio policial.

O pensamento de Voltaire foi cunhado no ano de 1694, mas permanece atual e pode muito bem ser aplicado à realidade vivida pelo povo brasileiro, uma vez que ser político neste meu Brasil lindo e trigueiro é sinônimo de mau caratismo juramentado e registrado em cartório.

Político brasileiro é igual a parasita: nada produz e apenas se locupleta às expensas dos outros. Nosso Congresso Nacional é formado por 513 deputados federais e 81 senadores. Em tese, essas pessoas deveriam representar e atender aos anseios da população, mas o que ocorre de fato, é que eles abusam do cargo num claro desrespeito ao cidadão que o colocou lá.

Deputados federais brasileiros têm direito a um apartamento funcional com aproximadamente 200 metros quadrados, que não são utilizados sem nenhuma justificativa e para atender à birra das excelências, o brasileiro é obrigado a pagar-lhes um auxílio moradia no valor de quatro mil reais.

Além disso, ainda somos obrigados a pagar um cotão de 45 mil reais para despesas pessoais com restaurantes, outros 27 mil reais em passagens aéreas afora contas de telefone, gasolina e ainda 101 mil reais para a contratação de assessores.

Os 81 senadores têm direito a um apartamento funcional com 500 metros quadrados, mas estes também não são utilizados. Um senador brasileiro custa para o contribuinte, mais de 160 milhões por ano, conforme publicação do Portal Transparência Brasil. É muito dinheiro para pouco trabalho.

No Superior Tribunal Federal (STF), os números também são assustadores: com apenas 11 ministros, o órgão conta com 2.450 funcionários, dos quais 19 jornalistas, 24 copeiros, 27 garçons e 85 secretárias. O que mais chama a atenção é o número de pessoas para realizar a limpeza, cujo número chega a 116 empregados. Pelo visto, dentro do STF há muita sujeira.

O curioso é que para ser ministro no STF, nem precisa ser advogado ou ter qualquer conhecimento na área jurídica. Basta ser indicado pelo presidente, mas pelo andar da carruagem, isto pode mudar, o que neste momento seria uma lástima.

No que se refere ao comprometimento com a Justiça, o mínimo que se poderia espera dessa casta, pode-se dizer que é zero. Eles são capazes de rasgar a própria Constituição Federal ou modificar as próprias jurisprudências para dar liberdade a um bandido condenado, conforme aconteceu recentemente com Lula-ba-ba. Sendo amigo dos deuses do olimpo judiciário, o que é certo torna-se errado e o errado passa a ser certo.

Portanto, não causará nenhuma estranheza se na próxima eleição os candidatos fichas sujas e condenados em Primeira Instância se tornarem elegíveis e com condições de assumirem cargos políticos por este Brasil afora.

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

2017, um ano de confusões no Parlamento brasileiro, o mais caro do mundo.