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Os políticos e as redes sociais

Redes sociais criam uma nova realidade ao libertar o indivíduo do jugo de interesses que contradizem sua própria vontade.

*Franklin Jorge

Às vezes tenho a clara impressão de que alguns políticos ainda não se aperceberam que o, depois da Internet e das Redes Sociais, o modus vivendi definitivamente mudou e, quem não quiser ficar pra traz, terá de adaptar-se a essa nova realidade.

Até recentemente, os meios de comunicação eram rigidamente controlados por grupos econômicos e políticos que só davam vez a quem dançasse conforme a música que tocassem. Agora, não. Cada individuo é dono de sua opinião e pode expressa-la a despeito dos interesses dos poderosos, que devem se adaptar aos novos tempos.

A eleição de Jair Bolsonaro é prova disto. Político medíocre com mais de 30 anos de mandato, tornou-se de repente, sem lenço e sem documento, o rei da cocada preta, ao alavancar sua candidatura não através dos meios tradicionais, mas do seu próprio celular, criando a partir daí uma malha de apoios que lhe deram a vitória. E, mais do que isto, mostrou quanto o povo ganhou ao tornar-se protagonista de seus próprios.

Por mais tosco e bronco que seja, mostrou-se Jair uma espécie de tsunami, levando aos rolos tudo o que se opunha aos seus propósitos, apesar das poderosas horas criadas com o intuito de se perpetuar no poder, a começar pela apropriação da Educação e dos meios de comunicação tradicionais que antes eram capazes de segurar e dar vitória a uma candidatura. Jair Bolsonaro nos mostrou, ao eleger-se, que as coisas já não funcionam como antigamente e o povo não se acanha de enfrentar os maus políticos.

Essa mudança, porém, ainda não chegou ao RN, em especial à nossa capital, cujos políticos continuam a dar cartaz a quem não tem mais nenhum crédito e já estão demasiadamente manjados para influenciar quem quer que seja. Cá para nós, mal consigo reprimir o riso quando vejo um político consultando pessoas do naipe do jornalista Vicente Serejo, porta-voz do atraso e do bestialismo que lhe davam foros de pessoa séria. No mundo atual, gente como ele não apita mais nada, como ocorre, aliás, à maioria dos nossos articulistas oficiais, uma gente que tem tanto prestígio quanto marido enganado. tudo isto aí é jornal de ontem, quem de nada servem, nem mesmo para embrulhar a carne nos açougues, como antigamente.

Vivemos, de fato, uma nova realidade, apesar dos estrondosos extertores de grupos e partidos que tentam escapar de qualquer jeito do naufrágio geral. Que crédito tem a maioria que insiste em passar por articulistas, quando bem lhes conhecemos seus interesses e comprometimentos.

É disso que o povo está fugindo em debandada. Tivesse o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, saído candidato de cara limpa, sem ficar à sombra de grupos oligárquicos tradicionais, talvez não tivesse obtido o almejado mandato de governador, mas teria forjado uma nova perspectiva aos olhos de eleitores que não se deixam mais encabrestar.