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Pelé demais da conta

Colaboradora de Navegos, jornalista, pedagoga e filósofa faz uma curta e impecável apreciação do atual governo que há quatro anos vilipendia o Rio Grande do Norte.

*Nadja Lira

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Eu não sou uma grande apreciadora de futebol e não torço por qualquer time. Portanto, não considero os jogadores como ídolos. Jogadores de futebol, no meu ponto de vista, ganham muito bem para fazerem pouco, uma vez que ganhar campeonatos municipais, estaduais e internacionais em nada muda a história de vida do povo brasileiro. Logo, os títulos de campeão, tetra, hexa e assemelhados, para mim, nada significam.

Uma considerável parte dos brasileiros endeusam Pelé. Consideram-no um deus do futebol, mesmo que ele nada tenha feito em benefício do povo brasileiro. Ao longo de sua vida, até onde eu tenho conhecimento, Pelé fez apenas gol.

Para mim, este cidadão é conhecido única e simplesmente, por ter se recusado a assumir sua responsabilidade como pai de sua filha, Sandra Regina Arantes do Nascimento, fato que considero um pecado mortal. Um homem que recusa uma filha não merece o meu respeito, porque nem mesmo os cachorros de quatro patas cometem tal injustiça.

Na minha vida, portanto, a cada vez que preciso me referir a algo que considero inútil, ruim e de pouca serventia, costumo classificar como Pelé. Percebo que muitos brasileiros também se utilizam deste artificio, sempre que precisam se valer de uma ironia para enriquecer as conversas de mesa de bar.

Desse modo, considero os políticos brasileiros como verdadeiros Pelés, em virtude de sua baixa serventia. Claro que existem as exceções, mas, de tão insignificantes elas passam despercebidas.

No Rio Grande do Norte, meu Estado de nascimento, por exemplo, só existem Pelés dentro da política e quem merece este título com destaque e por mérito acima da média é a governadora Fátima Bezerra. Prestes a concluir quatro anos de mandato, de tão Pelé, ela ainda não fez coisa alguma pelo Estado. Melhor dizendo, ela quebrou as quatro patas do elefante, que agoniza de forma atroz. Ela, ao invés de dar o tiro de misericórdia pedindo para sair, se candidata à reeleição. E faz isto confiando na amnésia que toma conta do povo em período de eleição.

A criatura é tão Pelé, que todos aqueles que a ouvem falar, acreditam que ela realmente fez algo proveitoso pelo Rio Grande do Norte nos últimos quatro anos. No entanto, quem é deste lugar sabe, e conhece muito bem, sua ineficiência como gestora. Todo norte-rio-grandense sabe ou deveria saber, que este Estado ainda tem seu nome no mapa do Brasil, graças ao presidente Jair Bolsonaro.

Afinal, é ele quem administra de fato o RN, através dos recursos que envia com regularidade, a fim de solucionar os problemas estaduais. Mas, de tão Pelé, dona Fátima “esquece” de mencionar, que foi o presidente quem enviou verba para pagamento dos salários atrasados dos servidores estaduais, por exemplo. Ao falar de tais pagamentos, a governadora estufa o peito e anuncia a proeza como sendo obra sua. De tão Pelé nem lembrou de reajustar os valores atrasados desde 2018.

Penso que dona Fátima deverá ficar na memória do povo potiguar, como a governadora mais Pelé que já governou este Estado. Alguém precisa ser muito cara de pau ou muito Pelé, para fazer turismo pela Europa disfarçada como vendedora do queijo de Caicó para a França. Logo para a França – país que figura entre os maiores produtores de queijo de toda a Europa e colocando no mercado, mais de 400 tipos de queijo, entre os quais, Camembert, do Roquefort, do Brie, do Caprice des Dieux e do Raclette, entre outros. Vai ser Pelé assim na Caixa Prego!