*Alexsandro Alves
Onde foram parar os grandes prêmios literários potiguares? Por um lado temos a gestão medíocre de Dácio Galvão na Funcarte e, por outro, a eterna miséria petista na Fundação José Augusto.
Alta cultura por aqui é um insulto.
E também um medo.
Os investimentos em cultura estaduais e municipais se limitam a quase nada; no Dia do Folclore, uma aparição da governadora e do prefeito abraçando a cultura popular e, no mais, investimentos em cultura popular.
Investir em cultura popular é barato e assim sobra dinheiro para a rapinagem.
Mas investir em Alta Cultura custa caro.
Investir na monumentalidade da cidade, em música erudita, em lugares para a acomodação adequada da orquestra sinfônica do Estado, custa caro! A Ribeira caindo aos pedaços, seus prédios ecléticos ou Art decó ou de tantos outros estilos, estão acabados! Quando caminhamos pela Ribeira, o ódio que sentimos por Álvaro Dias e por Fátima Bezerra cresce em gradações de pensamentos sombrios e violentos de forma assustadora!
A Pinacoteca, idealizada por Franklin Jorge, está com seu piso rangendo e fofo. Acabaram com ela.
O Parque da Cidade está ali apenas porque foi construído. É sujo. O mirante por vezes funciona por vezes está fechado, e está com a pintura imunda.
Terroristas destroem patrimônio público e ficam impunes, ninguém os encontra, como recentemente ocorreu com o Forte dos Reis Magos – devem ser amigos…
Essa escória de vaidades e inculta governa o quê?
***
Imaginem uma Sala de Música em Natal, semelhante à Sala Minas.
Imaginem TODO O EXPLENDOR ARQUITETURAL da Ribeira, vivo!
Imaginem um teatro de ópera estadual.
Imaginem uma cidade com praças monumentais, com monumentos em honra dos homens e das mulheres que afirmaram o que é o povo potiguar.
Isso é caro.
E o dinheiro para isso resultaria em bolsos vazios… Sobretudo porque não é apenas construir, é manter: é dinheiro todo o ano, o ano todo!
Dinheiro que para a escória política precisa estar em seus bolsos.
O investimento em cultura popular quase que exclusivamente, caiu como uma luva para esses “gestores”. Gasta-se pouco e aparece-se muito.
***
Com exceção de Navegos, não existe crítica de arte e literária no estado.
Isso se reflete nos prêmios culturais quase inexistentes por aqui – os que existem não são concedidos anualmente.
Há o Troféu Cultura, uma boa iniciativa, da iniciativa privada de Toinho Silveira.
Porém, é por voto popular. Quem tem mais amigos acaba vencendo.
Por vezes, o votante sequer conhece os outros candidatos, fato. Vota no candidato amigo, por amizade.
Por mais que a iniciativa seja boa, o critério de premiação, uma eleição popular, liquida qualquer critério estético sério.
***
Enquanto isso, o prefeito é imortal da ANRL e a governadora e suas secretárias recebem homenagens em forma de cordel. Voto dos amigos.
É mesmo uma palhaçada o petismo cultural.
(No pezinho da orelha, baixinho, pra ninguém ouvir: “essa semana a secretária de Educação de Estado, Socorro Batista, foi agraciada com um cordel em sua homenagem. A secretária, que culpou os professores pela greve, que colocou, como todos antes dela, a sociedade contra os professores, de um governo que não paga como deve o piso do magistério, recebeu homenagem!)
É o voto dos amigos.