*Jose Vanilson Julião
O trânsito com a imprensa nos anos 30/50 é novamente comprovada com o anúncio no jornal O Imparcial (na primeira semana de março) e na coluna “Notícias Elegantes”, do casamento Petrarca da Cunha Maranhão/Maria Elisa Werneck Machado, na Revista da Semana (Edição 14 – 12/3/1938). Na mesma seção é digno de nota o aniversário dele (13/4/1941).
Na mesma revista (9/4/1949) – coluna “Livros Novos” (João Luso) – aparece resenha de “Lago Azul” (V. P. Brumlick – Rio de Janeiro/1948). – O editor prossegue no programa em fac-símile. Chegou a vez do senhor Petrarca Maranhão, poeta, em razão de livros anteriores, largamente notório e grandemente elogiado.
Na década seguinte, a partir de 1951, as aparições são mais frequentes. A estreia com poesia ocorre na coluna “Semana Literária” (Edmundo Lys). Mas a revista é realista em análise do mercado editorial. Relaciona os mais vendidos: Gilberto Freire, Josué de Castro, Graciliano Ramos, Agripino Grieco, Jorge Amado e Rui Barbosa.
– Mais infelizes são os livros de Petrarca Maranhão, Astério de Campos, Ivete Ribeiro, Paulo Gustavo e outros subliteratos, com obras vendidas ao par. Porém o comentário não o impede de colaborar (1955) com “Em torno do autor de ‘A Chave de Salomão'”, Gilberto Amado, de retorno ao cargo na ONU após palestrar no PEN Clube.
E “Um historiador literário” (Agripino Grieco). Sob título da coluna com que é agraciado: “Crônica Literária”. Inclusive com a “Entrevista Relâmpago”, perguntas e respostas, “ping-pong” no jargão do jornalismo. Ao ponto de ser inserida no expediente ao lado de outros colaboradores, como a jornalista Adalgisa Nery. São pelo menos 50 inserções até a primeira quinzena de 1956.
Na antepenúltima aparição, mas por um confrade, uma nota sintomática: – “Os Albuquerque Maranhão”, poema histórico, em segunda edição, de Maranhão. Ele desfila a saga da família (‘Não há Maranhão que um dia/Degraus da glória não suba/Se herdou toda a galhardia/Dos heróis de Guaxemduba’).
Na penúltima usa o estilete da palavra justificando o namoro de inúmeros escritores com a Academia: – Afinal, ela é o Supremo Tribunal das Letras (quem conhece muito bem o flerte de Petrarca é o editor Franklin Jorge).
A nota derradeira em “Revista da Semana” (agosto/1956) trata do próximo lançamento, “Os Advogados do Diabo”, crônicas do Petrarca nacional, muitas delas publicadas no “Correio da Manhã”, iniciativa do editor ítalo-brasileiro Arturo Vechhi. Aquele mesmo das revistas em quadrinhos dos anos 60/70.