*Nadja Lira
A cada dia que passa, cresce a minha certeza de que Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, Congresso e Senado são órgãos que não deveriam existir. Isto porque, políticos custam caro, trabalham pouco e muitos deles sequer sabem de verdade qual é a responsabilidade que lhes compete quando assumem uma cadeira dentro destes órgãos. Como grande parte dos cargos públicos pelo país afora são terceirizados há um longo tempo, penso que cargos políticos também deveriam ser terceirizados. Talvez assim a maioria dos políticos fizesse alguma coisa em benefício do povo.
Se observarmos o trabalho dos vereadores de Natal, por exemplo, veremos que poucos ou quase nenhum projeto é apresentado naquela Casa Legislativa, com o objetivo de produzir alguma melhoria na vida da população. As excelências, que recebem polpudos salários, levam o tempo discutindo a mudança de nomes para ruas e avenidas de Natal e enviando telegramas de pêsames para as famílias de eleitores mortos. Isto sem contar que existem os que “trabalham arduamente”, solicitando à Prefeitura, pintura para o meio-fio das ruas e retirada do mato que cresce ao longo dos canteiros.
A novidade do momento é a discussão na Câmara Municipal, sobre conceder um título de Cidadã Natalense, a dona de uma “Casa de Drinks” existente no bairro do Alecrim. Na justificativa para tal concessão figura a quantidade de mulheres que “trabalham” no ambiente. Na discussão, porém, deveria entrar o Artigo 230, do Código Penal, cujo enunciado afirma: “Rufianismo é crime – Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa”.
Enquanto a Cidade Trampolim da Vitória agoniza na UTI da incompetência administrativa, os políticos potiguares cruzam os braços, como se os problemas que se avolumam na cidade e no estado não fossem também de sua responsabilidade. São poucas e quase inaudíveis, as vozes que se levantam para cobrar dos administradores, os benefícios necessários para melhorar a qualidade de vida da população.
Natal é uma cidade rica em história, mas paupérrima em memória. Qualquer pessoa que conheça minimamente outras capitais Brasileiras pode comparar o atraso no qual a Cidade dos Reis Magos vive mergulhada. O histórico bairro da Ribeira parece ter sido arrasado por uma bomba, tal é o nível de destruição verificada no local. Como se isto não fosse ruim o suficiente, os veículos que circulam pelas ruas, são literalmente engolidos pelo asfalto. O irônico nisto tudo é que Natal é vendida para o mundo como uma cidade turística.
A maioria das escolas municipais não dispõem de um refeitório para servir a merenda, de modo que, em algumas instituições, as crianças comem sentadas no chão. O povo natalense não sabe a origem, tampouco a qualidade da carne que consome, porque na cidade do Natal não existem abatedouros. Mas, não há vozes na Câmara Municipal em relação a estes problemas.
No que se refere à administração estadual, ainda estou esperando o “melhor começar”. Afinal, “o amor venceu”. Por enquanto, nestes últimos cinco anos de governo de dona Fátima Bezerra, só tenho uma certeza: existe de fato, um jumento enterrado debaixo do mapa do Rio Grande do Norte.
A bússola que Fátima usou durante a campanha, para lhe dar um norte sobre as necessidades do Estado, deve estar com algum problema, já que até agora nada foi feito pelo RN. Melhor dizendo, ela fez sim: Criou mais um imposto para o povo potiguar pagar. Ao realizar o emplacamento anual do veículo, cada cidadão é obrigado a pagar uma taxa para o Corpo de Bombeiros.
Em apenas seis meses de trabalho, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte já gastou mais de 100 milhões, conforme vem sendo divulgado pela Imprensa. Por outro lado, os Senadores da República decidiram que vão trabalhar apenas três dias durante a semana. Vale ressaltar, que o Senado custa ao trabalhador brasileiro, mais de três bilhões por ano. Gasta-se muito com políticos e por isto não sobra o suficiente para pagar aos professores.
Portanto, penso que duas medidas são urgentes: a primeira delas é terceirizar o trabalho dos políticos. Talvez assim eles possam fazer alguma coisa proveitosa em benefício da população. A segunda é tratar de tirar o jumento enterrado debaixo do mapa do estado. Caso contrário, o RN vai sumir do mapa do Brasil.