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Por mudanças e revitalização da cultura natalense

Ativista cultural e empreendedor social, José Augusto Santos reflete sobre práticas que fragilizam nossa cultura, ao confundi-la com reles entretenimento.

*Franklin Jorge

Artistas potiguares unidos estão lutando para ampliar o olhar crítico sobre o nosso sistema sócio cultural, em busca de integração e representatividade, num sistema que aparentemente subestima seu trabalho, Eles querem ser reconhecidos como um expressivo instrumento de experimentação e fortalecimento da cultura e da cidadania. Augusto dos Santos é um desses artistas antenados com uma nova realidade que pretende espelhar o novo.

Para ele e muitos outros, o serviço público em geral é associado ao descaso e a sociedade não consegue ter como resposta de suas demandas e anseios, resultados satisfatórios. Assim, enveredamos no descrédito, onde o paradigma instituído induz a perversão da plena convicção de distanciamento de suas verdadeiras funções, quando assim, distorcidas pelo aparelhamento ideológico político de uma visão medíocre de esquerda, que impõe a ineficiência como padrão de prestação de serviços.

A acomodação e o ativismo ideológico tornam-se o “modus operandi” que mantém os gestores e seu corpo técnico, em estado de letargia conveniente e predatória. Precisamos, como sociedade, sermos atuantes ativistas sociais, cobradores das diversas instâncias, exigindo de todos nós, uma dinâmica proativa com eficiência de propósitos, pelo certo, acima de interesses subservientes.

Indagado sobre o encruamento de gestores, exercendo o mesmo cargo há mais de duas décadas, Augusto considera que a  renovação é saudável e necessária, mesmo quando aparentemente a gestão é propositiva, porque as coisas mudam ou precisam ser mudadas, como terá afirmado o grande escritor português Eça de Queiroz, Autor de uma verdade famosa, embora um tanto esque3cida: políticos e fraldas devem ser mudados com frequência, por razões óbvias. Assim como os gestores que se tornaram dinastas hereditários.
Sobre a disparidade entre os cachês que as instituições locais de pagam aos nossos artistas em relação às celebridades cariocas, por exemplo, ele acredita ser importante termos referências de grandes expressões artísticas, porém considera indigna uma sociedade que não consegue compreender a relação custo benefício dessas relações.

a solução desse problema inclui, a seu ver, a mobilização empreendedora, articulativa e representativa, com aprofundamento de causa e efeito, com compromisso de qualidade no que se deva/deseja realizar, é o caminho de construção de um ambiente sócio artístico cultural, capaz de valorar dignamente trabalhos artísticos locais, de uma sociedade que se dá respeito e dignidade.

Como vê a ideologização da nossa cultura e a perseguição a artistas que não rezam pela cartilha de gestores apadrinhados por governantes corruptos, pergunto-lhe, pensando em vários exemplos recentes de vítimas de gestores autocratas e abusadores. Temos permitido, com nossa histórica insuficiência crítica social e política, que a ideologização da nossa cultura, chegasse esse ponto. Não permitir o continuísmos dessas práticas seria, para ele, um permanente exercício de cidadania de uma sociedade com valores éticos, que atua de forma robusta, com determinação de causa, com enfrentamento com engajamento, com fiscalização ostensiva, exigindo dos participes, ação representativa do interesse comum e não de ideologias de poder e manutenção de “status quo”.

José Augusto Santos é a ativista cultural e empreendedor social