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Potiguares tentam se eleger à Academia

Colaborador de Navegos chama a atenção do leitor para o número de potiguares que, no decorrer do tempo, aspiraram se tornar imortais da Casa de Machado de Assis.

*José Vanilson Julião

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Nos dois artigos anteriores dissecou-se as quatro tentativas do escritor amazonense com raízes no Rio Grande do Norte e radicado no Rio de Janeiro, Petrarca Maranhão, de se eleger para a Academia Brasileira de Letras. Além dele dois candidatos genuinamente potiguares também não tiveram sucesso.

O escritor Homero Homem de Siqueira Cavalcanti (Canguaretama, 5/1/1921 – Rio de Janeiro, 17/7/1991), agora detalhado, e o jornalista Francisco de Assis Veras, de pseudônimo Jeff Thomas, no próximo artigo. Eles estão entre os 188 intelectuais que tentam a cadeira acadêmica no período de 1940 a 2008. Sendo que 147 tentaram o feito pelo menos uma vez.

Sexto filho do juiz de Direito e desembargador Joaquim Homem de Siqueira Cavalcanti (Recife, 8/6/1957 – Natal, 8/10/1952), proprietário do engenho Catu, após o concluir o secundário Homero saiu para a capital federal a contragosto do genitor. Por sinal pai de dois dos fundadores do América Futebol Clube em 1915: Oscar e Carlos (o primeiro goleiro e o segundo da linha).

Um de seus ancestrais, Mascarenhas Homem, capitão-mor de Penambuco, foi o fundador do Forte dos Reis Magos, à entrada da Barra de Natal e trampolim da ocupação lusitana do RN ao Amazonas.

É co-fundador da seção carioca da União Brasileira de Escritores, da qual foi secretário, e fundador da Associação dos Escritores Profissionais da Guanabara, ao lado de Adonias Filho, José Louzeiro, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Plínio Doyle e outros.

Jornalista no RN Homero foi redator político e repórter especial do “Diário de Notícias” junto a Câmara  dos Deputados e colaborador do suplemento literário desse matutino. O “Estado de São Paulo”, “Manchete”, “Última Hora”, “Revista do Globo” e “Leitura” foram as etapas posteriores da atividade na imprensa.

HH ao se candidatar já havia publicado obras literárias: “Tempo de Amor” (1960 – Francisco Alves), “Carliteana Carioca” (1965 – Editora Leitura), “Cabra das Rocas” (1966 – Tempo Brasileiro), “Rei Sem Sono e Outros Poemas” (1966) e “Menino de Asas” (1968 – Record) e “O país do não chove: poesia com endereço” (sem data).

Obtém na carreira premiações: “Alphonsus de Guimarães” (1959), “Olavo Bilac” (ABL), “Escritor do mar” (Clube Naval), “Luísa Cláudio de Souza” (Pen Clube), “Nacional de Poesia Falada” (Estado do rio), “!Thomans Mann” (ensaios) e “Nacional de Literatura” (conjunto da obra).

Entre os afazeres literários, a partir de 1954 (“A Cidade, Suíte de Amor e Secreta “Esperança”) e 1958 (“Calendário Marinheiro”), na política seria um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB) do deputado federal João Mangabeira (Salvador, 1880 – Rio de Janeiro, 1964), provavelmente pela influência de uma irmã, Umbelina, comunista.

 

FONTES

Academia Brasileira de Letras

Antonio Miranda

Coletivo Mestre Padre

Direitos Humanos Net

Geni

Francisco Martins

Jota Maria

Jornal de Poesia

Nísia Floresta (Luís Carlos Freire)

Terceira Margem

Tribuna do Norte