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Próximos gestores terão pedras no caminho [1]

Colaborador de Navegos lança olhar desencantado sobre o futuro de novas administrações, marcadas por sucessivos fracassos e engessamento de ideias.

*Honório de Medeiros

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Os servidores públicos, no geral, são os verdadeiros heróis desta imensa bagunça que é a máquina estatal brasileira.

Altruístas, competentes, dispostos, quando o são, carregam o piano, muito embora, o mais das vezes, não vejam seus esforços serem recompensados.

Mal pagos, não recebem elogios; são preteridos por carreiristas; estão sempre no centro daquele evento nefando que é a cara da nossa administração pública: quando acertam, o mérito é do chefe, quando erram, a culpa é deles.

Entretanto, há o outro lado da moeda: parte dos servidores públicos, como em qualquer instituição, são venais; outros, podem não o ser diretamente, mas se omitem, e sua omissão é muito danosa. Veem o errado acontecendo e, qual avestruzes, escondem a cabeça no buraco mais próximo.

E não estamos abordando, aqui, o caso daqueles que por cansaço, desencanto, preguiça, mal costume, e assim por diante, impedem que haja qualquer tipo de avanço na administração governamental.

Há um outro tipo de servidor, também, que é muito prejudicial ao serviço público, qual seja aquele que por compromisso ideológico ou mera opção “tribal” pelo grupo político derrotado, cuida de solapar diariamente a o novo governo.

É sabido por quem quer que tenha alguma experiência na gestão de pessoas na gestão pública, que esse tipo de servidor é um dos maiores obstáculos, ao lado dos corruptos, na implementação de reformas administrativas, ou mesmo de ações, projetos ou programas governamentais.

O mais das vezes são órfãos de governos anteriores, às vezes oligárquicos, ou têm um projeto específico de natureza ideológica a ser alcançado. E, por assim serem, criam obstáculos, engavetam documentos, fazem circular indefinidamente decisões que impliquem em ações, projetos e programas importantes, levantam dificuldades inexistentes, criam cizânias no ambiente de trabalho…

São o joio no meio do trigo (Mateus 13:24-30).

O gestor público, ao exercer qualquer cargo que implique em tomada de decisões, precisa estar extremamente atento ao acontece no ambiente no qual exerce seu comando. Às vezes seu órgão é pequeno, mas tem a imensa capacidade de atrapalhar toda a administração.

Há meios eficazes para eliminar ou conter esse problema. Um deles é o critério do mérito; outro é do controle; por fim, o último, é o da punição.

Qual o mais apropriado?