*Da Redação
A venda de indulgências foi uma prática comum na Idade Média e perdurou por muito tempo. O negócio funcionava assim: lascas da cruz de Cristo, partes de suas vestes, espinhos de sua coroa, até o cálice sagrado do Graal eram leiloados pela Igreja Católica. A boa vontade de seu comprador, despejando nos cofres santificados uma quantia nada franciscana, seria o suficiente para que fosse redimido de seus pecados.
Infelizmente, Lutero não tinha dinheiro suficiente e resolveu acabar com o empreendimento. Seria de fato salutar se ainda pudéssemos negociar alguma suposta dívida com a Deidade da maneira como sabemos, no toma lá, dá cá. Afinal, quem quer saber das presepadas de Adão e Eva? Convenhamos, pôr um homem e uma mulher, pelados, em um jardim cercado de flores, de aromas e sabores, não foi uma atitude muito inteligente do jardineiro. Deu no quem deu e não cremos em dívida histórica, qualquer que seja.
E em tempos de dessacralização, as relíquias mudaram. A Tabacaria Maktub e Head Shop, em Santa Catarina, está vendendo uma relíquia profana: o dedo decepado do presidente Lula! O negócio é que ninguém sabe se é o verdadeiro dedo do presidente ou uma cópia. A relíquia está exposta sobre uma base no formato de estrela, a do PT! Quem passa duvida que seja verdadeira. Segundo fontes, a peça, em escala, harmoniza perfeitamente com a mão do presidente. Só nos resta saber como ela foi conseguida. E vale uma questão criminal e, portanto, moral: seria tráfico de órgãos? Outra: lucrar com o sofrimento alheio?
De qualquer forma, o Partido dos Trabalhadores já acionou a justiça contra a tabacaria. Lula já foi informado, mas não nutre esperanças de que o dedo seja o seu dedo decepado outrora. Outra questão interessante é o perfil ideológico da loja. Particularmente, nós não acreditamos que dinheiro tenha lado, porém… Essa relíquia está em uma tabacaria especializada em produtos voltados para o uso de maconha. Maconheiros “reaça”? Deixa-me ver se entendi. O dono, ou donos, são antipetistas, mas são maconheiros?
Entre sedas, piteiras, “dichavadores”, tudo o que a ideologia defende, um artefato que pode ser interpretado como discurso de ódio contra os políticos que apoiam a maconha? Eles criticam a ideologia que apoia a espécie de produtos que eles vendem? Não. Esse país está mesmo virado! Tentamos entrar em contato com os donos, através do telefone presente em sua página do Facebook, mas até agora, sem resposta.