• search
  • Entrar — Criar Conta

Qualquer coisinha servirá para caçar o voto de milhões (Editorial, 30/07/2023)

Bem-vindos à edição de hoje, domingo, 30 de julho de 2023, de Navegos, sua revista eletrônica independente, a serviço da informação descentralizada, da crítica e do entretenimento. Boas leituras!

*Da Redação

[email protected]

Eu lembro de uma cena do filme V, de vingança, em que uma personagem estava sendo torturada. Seu torturador dizia para ela: entregue qualquer coisa para eles, qualquer coisa!

Apenas uma palavrinha como acusação, apenas uma! Ou uma mão mal colocada, ou um riso em determinado momento. Nada demais, todavia nos de hoje no Brasil, podem valer muito para o establishment.

Dez deputados e três senadores estão enfrentando ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é o principal investigado. Os processos abrangem diferentes fases de andamento e, caso sejam julgados procedentes, podem resultar na inelegibilidade dos envolvidos e na perda de mandato.

Três ações estão em curso na Corte para apurar supostas irregularidades ocorridas durante o processo eleitoral de 2022. Essas ações incluem, ao lado de Bolsonaro, alguns congressistas como investigados. Os temas em questão são a disseminação de desinformação e a celebração do bicentenário da Independência em Brasília.

Exatamente. Desinformação, seja lá o que seja, agora é crime punível de forma severa. Querem apenas encontrar uma coisinha, qualquer coisinha. Um garfo mal colocado pode ser quebra de decoro parlamentar. É a hora da vingança!

O Brasil do amor é o país do ódio político e ninguém subestime o ódio se estes atores políticos estiverem envolvidos: as demandas foram ajuizadas pela coligação Brasil da Esperança, grupo de partidos que apoiou a campanha vitoriosa, nas urnas eletrônicas, do presidente petista Lula.

Entre os investigados, doze são do Partido Liberal (PL) e um é do partido republicamos. Os deputados federais envolvidos são: Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Nikolas Ferreira (PL-MG), Alexandre Ramagem (PL-RJ), Caroline De Toni (PL-SC), Luiz Philippe De Orleans e Braganca (PL-SP), Mário Frias (PL-SP) e Ricardo Salles (PL-SP).

Uma condenação no TSE não afetaria a situação de Bolsonaro, pois ele já foi considerado inelegível por oito anos em um processo movido pelo PDT. No entanto, os congressistas investigados teriam uma situação diferente. Caso sejam condenados nas ações, poderiam perder seus mandatos atuais e ficar impedidos de concorrer nas eleições até 2030, caso o TSE entenda que se beneficiaram das irregularidades para suas campanhas.

Porém subir morro dominado pelo crime com boné do CPX e sem segurança, não é irregular e nem mesmo suspeito.

Ou de uma hora para outra ter todas as condenações anuladas, não apenas as suas próprias, mas também as dos comparsas, que é o caso do presidente Lula e das condenações na Lava-jato. Isso pode! Isso é democrático.

As perseguições políticas não cessarão. A palavra de ordem é vingança. Se os inimigos conseguiram, pelo voto popular, uma vaga no Congresso, de lá serão retirados pelo uso sistemático e calculado da máquina estatal como arma de vingança!

Foi o que fizeram com o deputado federal Deltan Dallagnol. O Congresso se tornará o espaço do pensamento único.

Nessa edição de Navegos, os colunistas e seções (clique nos nomes para ir direto ao artigo): José Vanilson Julião, Alexsandro Alves aqui e aqui, Miguelito Martinez Palma, Juan Jose Saer e Calle del Orco. Desfrutem.