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Quatro estrangeiros assinaram ata da proclamação da República no RN

O jornalista José Vanilson Julião detalha alguns interesses estrangeiros no golpe militar de 1889, que instaurou, antidemocraticamente, uma república no Brasil..

*José Vanilson Julião

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Não vou discorrer sobre o cônsul americano Lyle Nelson, um dos dos quatro estrangeiros que assinam a ata da Proclamação da República em Natal, pelo simples fato de considerar praticamente delineado o perfil dele nas cinco reportagens inéditas anteriores (aqui).

Porém se faz necessário esclarecer quem são os outros não brasileiros a se exporem nesta ação protocolar e documental histórica pela primeira vez revelada pela imprensa norte-rio-grandense: o envolvimento de gente de fora na deposição do imperador Pedro II.

A exposição dos personagens poderiam ser feita pela ordem de idade, alfabética ou de chegada no país. Mas a escolha para iniciar o detalhamento de dois dos envolvidos se deve a uma peculiaridade: são sócios em um empreendimento local no final do século XIX.

Neste caso estão o austríaco Nicolau Bigois e o dinarmaquês Felipe Leinhard, sócios na empreitada de construir o primeiro sistema de saneamento e fornecimento de água encanada na capital potiguar a partir dos últimos cinco anos do século XIX.

O depois senador Francisco Gomes da Rocha Fagundes (18/3/1827 – 20/9/1901) assume a presidência da Câmara (na época equivalente a prefeito) e sanciona a lei 864 (24/7/1882) para regularir o abastecimento de água na cidade.

Quando é contratado o dinamarquês Felipe Leinhardt (falecido no Recife em 17 de maio de 1913), personagem de uma das colunas “Acta Diurna” (8/8/1947) com artigo no livro “Velhas Figuras”, de Luís da Câmara Cascudo.

O comerciante, importador e “tenente-coronel” Nicolau Bigois (1955 – 28/7/1907) chega em Natal em 1880. Oito anos depois está envolvido no movimento abolicionista como membro da Sociedade Libertadora, fundada pelo padre João Maria no Teatro Santa Cruz.

Nicolau Bigois e família

O quarto personagem é o italiano Ângelo Roselli (1855 – 1924), pai de Alberto, estudante, jogador, árbitro e fundador de clube de futebol, bacharel em Direito depois eleito deputado federal pelo RN.

O “coronel” da Guarda Nacional Rosseli, nascido em Ancona, ocupou a intendência de Natal (prefeitura) entre 1892/95. É um dos fundadores da Associação Comercial no final do século XIX. Vice-cônsul da Argentina.

O homem era um estrupício de atividadees: está envolvido em tudo na capital potiguar: do bonde aos melhoramentos gerais e desenvolvimento de outras áreas e bairros, como a Cidade Nova (atual Tirol e Petrópolis).

 

Fontes/Imagens

Agora RN

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Fatos e Fotos de Natal Antiga

Fundação Getúlio Vargas

Fundação José Augusto

Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo

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