*Franklin Jorge
Em Comunicação divulgada durante a realização do Primeiro Encontro Nacional de Jornalistas, realizado nos anos de 1950, o escritor e jornalista Edgar Barbosa defendeu princípios básicos da liberdade de Expressão, da autoridade e credibilidade das fontes e sobretudo enfatizou que o leitor espera ser atendido em sua expectativa de novidades.
A novidade, considerada pelo grande estilista das letras potiguares, seria elemento necessário e imprescindível ao bom jornalismo, ao jornalismo que contempla as expectativas do leitor, capaz de torna-lo um consumidor fiel do produto jornalístico capaz de despertar-lhe a curiosidade e o interesse permanentes.
A ausência desses elementos explica, desde já, a decadência do jornalismo provinciano que insiste em manter as mesmas perspectivas que restringem a visão. A Tribuna do Norte, onde trabalhei alguns anos, em duas ou três diferentes épocas, seria um exemplo perfeito de um jornalismo que caducou e em consequência vem perdendo leitores a cada edição. Continua a produzir o velho, mesmo quando usa os recursos tecnológicos de última geração. Talvez por isto o grande jornalista Adriano de Souza, que conheci como Diretor de Redação, refira-se à Tribuna do Norte como ‘’extinta’. Pelo menos na credibilidade e no gosto do leitor que não se compraz com caduquices jornalísticas quando tem à sua disposição, na Blogosfera, uma miríade de opções mais próximas de seus interesses
Essa estratificação mental explica de maneira irretorquível a falência de jornais como o Diário de Natal e O Poti, que cerraram melancolicamente suas portas. Me lembro que, quando lá trabalhei, por diversas vezes adverti o superintendente, jornalista e professor Albimar Furtado, que a persistir a influência de diretores como Vicente Serejo, perderíamos todos os nossos empregos, pois já antevia que esses jornais caminhavam para a débâcle, como aconteceria logo depois de minha saída. Com o seu complexo de inferioridade explicito e sua insaciável fome de poder, Serejo contribuiu para a derrocada dos Diários Associados no RN. E, já depois do enterro de o Diário de Natal e O Poti, tornou-se colunista da Tribuna, uma publicação que decai a olhos vistos e tem relativamente – relativamente – menos leitores do que esta revista Navegos em seu terceiro ano sob o atual formato, apesar de sua importante contribuição histórica ao jornalismo nesses últimos 60 ou 70 anos de atividades… O leitor é novo, porém o jornal, ainda em circulação, é velho. Velhíssimo, diria, sem sobrosso ou medo de enganar-me. e o jornal velho não serve mais nem para embrulhar o peixe fresco.
Quanto a Tribuna, jornal que dá os seus últimos suspiros, prevalece uma visão distorcida da realidade: quando o Conservadorismo se alevanta como uma força irreprimível, ao opor-se às tiranias ideológicas que partidos e um judiciário que milita em favor da esquerda e do crime organizado, um jornal que nunca foi de esquerda assume essa bandeira, como vimos naquela famosa manifestação em que o seu proprietário subiu ao palanque bolsonarista, quando o seu jornal, ignorando seus princípios, deu destaque não às suas ideias mas justamente ao partido que ele pretendia combater nas urnas. Surpreendeu a todos que o seu jornal privilegiasse naquele dia, não a sua defesa de valores que fundamentam a sociedade brasileira, mas em ideias opostas que se afadigam em destruí-los, ignorando que quem manda no jornal é o leitor que o compra.
Sequer Haroldo Azevedo demitiu o Editor. Talvez nem mesmo tenha se apercebido de que foi boicotado em seus interesses por seu funcionário doutrinado pela esquerda facciosa e manipuladora. Dando provas assim de sua imensa fragilidade ideológica, ou seja, revelou-se um conservador acovardado e sem capacidade de promover , caso obtivesse o Governo do Estado, as mudanças que o Rio Grande do Norte requer e espera de seu próximo governador.