*Franklin Jorge
Quando ocupei a titularidade da Sala Natal, criado para dar um viés cosmopolita às atividades rotineiras da Secretaria de Cultura, forjada para acalentar a vaidade e a prepotência de um gestor arrogante e despreparado do que para expandir e solucionar os obstáculos enfrentados pela cultura, que continuaram os mesmíssimos de sempre, apesar da criação de mais um cabide de empregos.
Percebi desde o primeiro instante os desafios que me aguardavam, tendo como superior alguém que nunca se destacou em nada e que teria continuado a ser um zé-ninguém sem o guarda-chuva da poderosa senhora Câindinha Bezerra, que lhe caiu nas graças, e logo o transformou em sócio em um negócio lucrativo – o acesso às verbas da cultura, o que incluía diversas instituições governantes, como a Secretaria de estado da Educação da Cultura e a Confederação Nacional da Indústria.
Tentei fazer algo que não confrontasse a vaidade e o despreparo de Dácio Galvão, notório maconheiro que usou a verba púbica para financiar-lhe o vício seu, próprio, insofismável.
Como quem nada quer, exceto colaborar e servir, fiz-lhe várias sugestões que redundaram em Natal. Como estender as atividades da Secretária de Cultura a municípios vizinhos, através de convênios e acordos de cooperação sem aumento de gastos para a Prefeitura de Natal. Seroa a meu ver uma fórmula de inserir o município na chamada Grande Natal, algo que nunca passou de uma chalaça e da falta de vontade de um gestor que só mirava o próprio umbigo.
Cheguei tentar a convencê-lo de quanto o prefeito Carlos Eduardo lucraria com isto, associando-se aos demais municípios da Grande Natal, sem dispêndios extraordinários para a Secretária que funcionava apenas como um cabide de empregos. Um verdadeiro desperdício para um município já combalido por uma reca sucessiva de gestores pobres de ação e de ideias antenadas com a realidade.
Nada apresentei que pudesse parecer obra minha, mas algo saída da cachola desse sacripanta que gostava de exibir-se, pagando a cantores e violeiros para precede-los nas solenidades, como se a classe artística o reconhecesse como o salvador da Pátria. Jamais o prefeito Carlos Eduardo Alves, que o protegeu por quase 15 anos desconfiou de que tudo ali era uma deslavada fraude.
Fui, antes do prefeito João Dória, a primeira pessoa até então a sugerir-lhe que fizesse bom uso das Redes Sociais e inserisse o município no âmbito da modernidade. Posteriormente, ao relatar a visita que fizera com o prefeito a Dória deixou escapar que o mesmo nada mais dissera que ele repetira minhas palavras, que para Dácio e Carlos Eduardo não valeriam nada.
Nunca um governo desprestigiou tanto a classe artística local como fez o prefeito Carlos Eduardo Alves, obnubilado que fora pelas artimanhas do titular da cultura, cujos erros se e desacertos se somaram de forma perniciosa, fazendo de Natal a mais atrasada e provinciana capital do Nordeste brasileiro. Uma cidade fadada ao anonimato e à incultura.
Esperamos que novo prefeito de Natal corrija todos os erros cometidos em mais de 15 anos. Um crime de lesa-cultura que nos fez andar para trás como os caranguejos.
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