*Franklin Jorge
Relendo Estética, Política & Conservadorismo, um pequeno manual ou socorro rápido sobre o sentido de algumas coisas, do meu caro Alexsandro Alves, editor de Navegos. Um livro que a cada releitura nos ensina alguma coisa. Um ensaio que nos faz ver com a nitidez de um desenho que a Cultura potiguar não se faz só de furdunços, arrasta-pés estéreis e de papangus no proscênio.
Há um pensador entre nós.
Estética, Política & Conservadorismo [Editora Feedback, Natal, 2023] é sua apresentação.
Quando já carpíamos a falência generalizada da Cultura, sobretudo finada há três décadas que deram ensejo ao surgimento epidêmico de hordas de escritores que não leem senão as próprias obras; escritores sem biblioteca e sem cultura, sequer, literária. Como há, nessa fauna esquisita e espaventosa, paciente em último estágio de vaidade mórbida que se enfeita com o Capelo da Vaidade, descrita em afresco, por Giotto. Um escritor, enfim, que não contradiz Baudelaire – que viu em uma Montanha uma Mulher – e preconizava que os ‘’livros nascem dos livros’’.
Um estudioso que conhece profundamente de música, artes plásticas, literatura, para ficarmos em três exemplos notáveis de um saber abrangente e profundo, a enriquecer-se mais e mais a cada demanda. Um escritor, enfim, para escritores. há na escritura de Alexsandro Alves, um élan. Um charme que nos leva cativado por suas palavras e deduções.
Seu livro é uma estreia marcante e significativa. Relendo-o, percebo que estou diante de um autor que tem muito a dizer-nos e veio para ficar e nos enriquecer e surpreender com a sua cultura e o seu exorbitante talento