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Retrato falado de Anamelcia Varela

Pedagoga atuante no Ceará-Mirim, escritora e agente cultural, Anamelcia deixa-se conhecer através de uma vida aventurosa que é um verdadeiro romance. Aqui, um pouco de suas múltiplas experiencias existenciais.

*Franklin Jorge

Quando nasceu?

17 de novembro de 1964

Onde?

Rio de Janeiro

Como se chamam seus pais?

Rosa Tavares de Souza e Paulo Antônio Pereira

O que herdou de seu pai?

A bondade.

E de sua mãe?

A persistência.

Quem é você?

Uma pessoa em processo permanente de evolução intelectual; uma apreciadora das manifestações das Artes; militante dos Direitos Humanos; uma defensora da Educação como processo inclusivo e formador da conscientização e empoderamento humano.

Dê-me fatos para esclarecimentos de heranças.

Meus separaram-se quando eu tinha cinco anos. Após esse período, tive poucos e queridos momentos com meu pai; sendo, pois, criada pela minha mãe e meu padrasto, que me criou junto a ela, o senhor Francisco de Souza cruz. da minha mãe, geneticamente, herdei a resistência da pessoa negra e culturalmente, a persistência e determinação e a teimosia.

De meu pai, herdei à ingenuidade, a benevolência, a compaixão e um tanto de relaxamento com a vida.

E sua infância?

Parte de minha infância foi dividida entre Rio de Janeiro, São Paulo ( terra de meu pai) e Rio Grande do Sul. Nos primeiros seis  anos, nasci no rio de janeiro e convivi lá ; a passagem por são Paulo durou certa de um ano, e foi muito marcante, pois ali houve a dissolução da união de meus pais; aos sete anos até onze, minha infância foi construída no Rio Grande do Sul, nas cidades de Alto Uruguai e Uruguaiana, lugares que pude exercer minha infância com liberdade e criatividade.

Como brincava?

Minhas brincadeiras, no início da minha infância, eram de desenhar, brincar com brinquedos como “bola-pé”, “bambolê”, “bate-bate”, andar de bicicleta e com elementos naturais, como brincar com frutos e flores das fruteiras da casa onde residia; numa segunda fase, já no RS,  eram as que trouxeram de minha cidade natal, RJ, brincadeiras de roda, amarelinha, na escola. Em casa, como era a irmã mais velha e sem irmãos com idade próxima ( a mais nova seis anos mais jovem), colaborou pra brincadeiras intimistas, onde já tinha criatividade para recriar a vida, sendo dona de mercado, de lojas de roupa, tudo feito por mim, onde eu era a cliente e a vendedora.

Tinha no quintal um frondoso pé de tangerina, lá no sul, essa fruta chamada bergamota, onde uma balança feita por meu padrasto me embalava sonhos de infância e algumas tristezas também. Usava caixinhas de fósforos para brincar de casinha e as bonecas nunca eram filhas e sim personagens de históias que eu criava e vivenciava com elas. Numa espécie de diretora e atriz do meu próprio filme. Foi uma infância permeada da descoberta do meio ambiente puro, assim pude comer frutos como pêssegos, pitangas, framboesas, jabuticabas, em cima das fruteiras, onde sozinha ou com amiguinhos, subíamos e procurávamos os melhores galhos para degustar das frutas.

Brincava com bonecas de milho, pegava carona em carro de boi, ajudava as mulheres da cidade a fazerem os pães e biscoitos caseiros, tão comum naquelas regiões dos distritos do rio grande do sul.  Brincava no imenso e privativo campo do quartel de fuzileiros naval, onde meu padrasto trabalhava, e lá participava de muitos encontros das famílias dos militares. Na escola, me destacava por gostar de declamar poemas e adorava as festividades cívicas, onde participava de todas, inclusive a marcha do dia da independência, junto aos colegas do grupo escolar Alto Uruguai, onde fui alfabetizada.

Mais fatos.

[Não respondeu]

Quando deixou sua terra?

Deixei o RJ primeiro em 1970, indo para o RS; Retornei em 1981 a minha cidade natal, de onde sai em definitivo, para o Rio grande do norte, em 1983, de onde vivo até os dias atuais.

Que coisas tem feito?

Sou pedagoga, como tal, tenho estudado muito para manter-me atualizada das ciências que amparam Conhecimento, enquanto legado e construção humana; Atualmente ocupo a função de gestora pedagógica de uma escola pública, no município de Natal. Estou também me dedicando – não tanto quanto gostaria – a outro amor: A Literatura Literária; organizando textos autorais para a publicação do meu primeiro livro.