*Franklin Jorge
Quando nasceu?
Em 13 de abril de 1960 numa casa de sítio, parto feito com auxílio de parteira.
Onde?
São Bento do Trairi, RN, distante 130 quilômetros de Natal
Como se chamam seus pais?
Valdemar Pinheiro de Lima e Terezinha Soares de Lima
De onde são?
De São Bento do Trairi
O que vc herdou de seu pai?
Coragem de trabalhar e honestidade
E de sua mãe?
Humildade, simplicidade, honestidade, amor ao próximo,
Dê-me fatos para esclarecimento de heranças?
Vivo intensamente e nunca desisto mesmo diante das maiores dificuldades. O trabalho acima de tudo sem passar por cima de ninguém, respeitando tudo e todos.
Foco em fazer algo que me identifique pois só assim consigo fazer o melhor de mim. Dinheiro?
É consequência dos que fazemos.
Quem é vc?
Uma pessoa simples, honesta. Dedicado e apaixonado pelo que faz além de realizado.
Mais fatos.
Um menino simples filho de pessoas humildes que nasceu numa casinha de sitio feita de tijolo aparente porque meu pai não tinha condições financeiras de rebocar. Nem precisa dizer que era de chão batido, sem energia e logicamente de fogão à lenha onde usava panelas de barro. Casinha simples que meu pai ganhou do meu avó, Antônio Pinheiro
E sua infância?
O mais marcante foi que viemos para Natal no final dos anos 60, eu com menos de 10 anos de idade e tinha que ajudar meu pai que era marchante. Ele matava dois animais por dia e íamos vender no bairro da Ribeira. Saíamos a pé do bairro Dix Sept Rosado para fazer a venda, ele com a carne dos dois animais e eu com as duas buchadas numa bacia, carregando na cabeça. Isso acontecia 3 vezes por semana, numa caminhada de aproximadamente 8 quilômetros. 16 quilômetros de ida e volta.
Como brincava?
Quase não brincava, não tinha brinquedo. Algumas vezes com roladeira (brinquedo feito de lata de leite em pó). Outras poucas vezes brincadeiras com outras crianças, tipo “tica-esconde”, acho que é esse o nome. Apesar de morar em frente ao campo de futebol da Campina no Bairro Dix Sept Rosado, nunca aprendi chutar uma bola, pois meu pai não deixava jogar com a meninada.
Quando deixou sua terra?
Em 1969, vindo para cidade grande em busca de melhores dias. Se bem que Natal naquela época não era tão grande assim. Acho que aproximadamente uns 300 mil habitantes, mas bem maior que São Bento que tinha menos de 3 mil habitantes. Meu pai vivia da agricultura de subsistência e com a seca que já assolava o sertão veio embora para Natal.
Que coisas tem feito?
Muitas coisas, muito além do que imaginei. Aquele menino pobre que nasceu naquela casinha de sítio, ganhou um prêmio abril de jornalismo entre tantos outros, teve sua fotografia como objeto de estudo de uma tese de doutorado. Dra. Sylvana Kelly Marques me proporcionou esse feito, para mim o maior prêmio da minha vida profissional. Cinco livros publicados e muitos mais para publicar. Atualmente administro um site de informações e notícias com o diferencial, de usar somente fotos de minha autoria. Além disso temos o maior acervo de fotografias do RN na internet, no nosso Banco de Imagens.
Canindé foi fotografado por Flávio Rezende.