• search
  • Entrar — Criar Conta

Retrato falado de Célia Freire

Fundador de Navegos trabalhou e foi colega de redação de Célia Freire, no jornal Tribuna do Norte, nos anos de 1970 e dela guarda as mais felizes lembranças de um convívio de muito trabalho, entre cafezinhos, ao som das máquinas datilográficas e agitações que caracterizam a vida dos jornalistas de antigamente.

*Franklin Jorge

Quando nasceu?

Às 20h de um dia primeiro de julho de um ano ímpar.

Onde?

Natal – Rio Grande do Norte.

Como se chamam seus pais?

João Freire Bezerra e Luiza Cabral Freire.

De onde são?

Papai, de Pendências e mamãe de Assu. Essa associação só podia dar um excelente produto de mercado.

O que você herdou do seu pai?

O desejo de ajudar a todo mundo e de tentar ser jusa sem ser piegas.

E de sua mãe?

O gênio e o feelling para identificar as pessoas boas.

Dê-me fatos para esclarecimento de heranças.

Acho que o sangue de assuense que tem poesia nas veias um aguçado senso crítico além da capacidade de interagir rápido com as pessoas e porque os freires de papai são batalhadores e lutam junto uns ajudando aos outros em todos os momentos da vida. Das festas aos velórios, da saúde a doença quase uma profissão de fé como se reza na igreja.

Quem é você?

Um ser em movimento e eternamente contrária às injustiças, falsidades e covardias praticadas contra o ser humano.

Mais fatos.

Atualmente tenho como causa a luta pela inclusão e respeito aos deficientes em locais públicos e privados. Na verdade, já defendia a causa antes de ter deficiência adquirida.

E sua infância?

Tranquila. Como qualquer criança com pais pobres e trabalhadores que sempre lutaram e nos proporcionaram boa educação, cuidados com a saúde e nos conscientizaram a respeitar os outros.

Como brincava?

Com brinquedos que Papai Noel – de verdade -, meu pai, fazia para mim e irmãs e a gente achava bacanérrimos. Depois, quando a gente cresceu, percebeu que o dinheiro era curto e a poesia, enorme, o que não existe atualmente. O mais interessante é que, apesar das dificuldades, éramos felizes. Talvez aí esteja o verdadeiro sentido do Natal. A emoção desprovida de valor financeiro.

Quando deixou sua terra?

Não deixei. Vivo nela até hoje e acho que vou ficar por aqui ainda por muito tempo.

Que coisas tem feito?

Trabalhar muito, mas de maneira prazerosa, porque abraçamos uma causa nobre – a sustentabilidade dos pequenos empreendimentos. Ao mesmo tempo em que levo uma vida pessoal com amigos escolhidos a dedo, depois de uma fase de depuração. Cuido de quem cuida de mim. Sou amiga mesmo, na essência da palavra. Que é meu amigo e está na minha lista de e-mails, não queira sair (risos). Acredito que ainda podemos viver num mundo melhor.