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Retrato falado de Edu Ferrer

Carlos Eduardo Ferreira da Costa, vulgo Edu Ferr.Vendedor de Ula-Ula aos oito anos, garçom de barraca de praia, vendedor de sanduíche natural e canga aos treze, de pizzaria aos dezesseis, lavador e manobrista de carro aos dezessete, office boy  aos dezoito e aos dezenove anos… começando a ser criança na formação de editor de imagens na área de publicidade e propaganda, hoje aos trinta dono de um estúdio de animação: GRITO!Anime.

*Franklin Jorge

Quando nasceu?

Vinte e cinco de agosto, às seis horas da manhã de um lindo dia de sol (segundo minha mãe) de mil novecentos e setenta e oito.

Onde?

Na base aérea de Eduardo Gomes, hoje, Parnamirim.

Como se chamam seus pais?

Maria de Fátima Ferreira de Souza (Ferreirinha), mas fui criado por minha avó, Dona Anita. E Carlos Alexandre Bezerra da Costa (Mago Alexandre)

De onde são?

Minha mãe de Recife, Pernambuco.

Meu pai de Pendências, interior do Rio Grande do Norte.

O que você herdou do seu pai?

A ousadia, o carisma e o medo de ser adulto.

 E de sua mãe?

“O mundo da lua” e o perfeccionismo de se manter sempre com a boca em movimento sendo elegante, às vezes. Falo pra caralho.

Dê-me fatos para esclarecimento de heranças.

Minha mãe altamente chapada de LSD acendendo e apagando as luzes em mais um dia de festa que meu PAI estava promovendo dentro de uma pequena casa no bairro do Alecrim. Minha querida e louca “teta” como sempre muito elegante e organizada por ser filha de militar e cabra da peste juntamente com meu pai (exímio piloto de moto e carro) me pegava aos sete anos de idade, me colocava em cima de um tanque de uma moto ML da Honda com o punho no acelerador e todos os CINCO (eu, meu pai, minha irmã entre ele e minha mãe, que estava grávida do meu irmão caçula) corríamos loucamente alegres pela via costeira em pleno sábado de alguma estação do ano. Lembro desses fatos nitidamente.

Quem é você?

Acredite: sou muitos em uma única pessoa, mas sempre com a mesma cara.

Mais fatos.

Saber que não se faz carro de lata como antigamente e nem futebol de caixa de fósforos, me deixa com mais receio de ser adulto.

 E sua infância?

Idas e vindas de São Paulo para Natal, de igreja em igreja, de casa em casa, de mãos em mãos… por trabalho e vontade de ser gente como as que eu via na rua.

 Como brincava?

Tinha a mania de seguir meu tio Júnior, irmão caçula do meu pai. Ele tinha uma linda coleção de futebol de caixa de fósforos e belas bolas feitas à mão, de vela. Com isso levei muitos tapas na cabeça para ir embora, pois atrapalhava a brincadeira com minhas perguntas e dedos para “ajeitar” os “jogadores” no campo de giz. Mas no fundo, minha diversão de fato era ver alguém, no caso meu tio, me dando “atenção” e “carinho”. Muitos risos.

Quando deixou sua terra?

Nunca parei pra pensar nisso. Mas vivo falando que um dia quem sabe, este ano talvez… eu consiga de alguma forma com vários jeitos, ter essa enorme decisão tomada. Mas ainda digo que FICO.

Que coisas tem feito?

Descontando tudo de bom em uma pequenina figura humana, a Valentina. Minha caçula de três filhos entre cinco casamentos onde nasceram: Hariel (filho de Sara), Matheus (filho de Janaina) e Valentina (filha de Grasi).

Quando falo “descontando” é tentando de alguma forma correr o mais rápido para ser um bom amigo e pai que não pude ser para os dois mais velhos. Fora isso, tento refazer as amizades deixadas para trás em algum momento sóbrio de loucura. E tudo isso sem sexo.