*Franklin Jorge
Quando nasceu?
09 de fevereiro de 1953
Onde?
Na rua Hemetério Fernandes, Tirol, Natal/RN, com ajuda da parteira Dona Adelaide.
Como se chamam seus pais?
José Alexandre Odilon Garcia e Isabel Silva Garcia
De onde são?
Ambos são natalenses.
O que você herdou do seu pai?
O gosto pelos desportos, pela literatura, pelas artes em geral e pelo jornalismo. Com ele, também aprendi a amar Natal e os homens bons que a fazem.
E de sua mãe?
{Não respondeu}.
Dê-me fatos para esclarecimento de heranças.
Papai era jornalista, cronista esportivo. Foi várias vezes presidente da Associação dos Cronista Esportivos do RN, da Federação de Basquete e também de futebol de salão. Quando na Associação dos Cronistas Esportivos, teve a oportunidade de promover competições nas mais diferentes práticas esportivas: futebol, futebol de salão, basquete, vôlei, pedestrianismo, ciclismo, automobilismo, tênis de mesa, natação, remo, pugilismo, artes marciais. Com todos os esportes, ele teve envolvimento.
Papai era um amante dos livros. Tinha estreita ligação com as pessoas que faziam cultura em Natal: Dozinho, Newton Navarro, e era boêmio. Escreveu as memórias da boemia natalense. Gostava de carnaval. Trouxe Capiba e Claudionor Germano a Natal. Foi maçom e presidente de Lions, sempre com grande destaque onde atuou.
Mamãe era o que se dizia uma mulher prendada. Pintava, cozinhava como ninguém, fazia grinaldas de noivas, arranjos de flores de topo tipo, decoração de igreja. Ela adorava a pintura japonesa.
Ainda é viva.
Quem é você?
Sou Eduardo Alexandre e gosto de estar envolvido com as coisas da cultura. Faço poesia, pinto quadros abstratos expressionistas, escrevo crônicas e, às vezes, me meto a contar a história da cidade.
Mais fatos.
Foi um movimento artístico que me consolidou no campo cultural. O que se chamou Galeria do Povo, quando, no final dos anos 70 e anos 80, fazíamos exposições espontâneas a céu aberto na praia dos artistas. Depois fizemos os Festivais de Arte de Natal, no Forte dos Reis Magos, e iniciamos o movimento do Dia da Poesia em Natal. Fui presidente da Associação dos Artistas Plásticos do RN, diretor da Pinacoteca do Estado, administrador da extinta Casa do Produtor Cultural e coordenador do Centro de Documentação Cultural Eloy de Souza, da Fundação José Augusto.
E sua infância?
A minha infância foi solta, nos terrenos descampados do Tirol, em meio a muito verde, subindo os morros e atravessando-os para pescarias na praia de Barreira Roxa. E muitas amizades, já que conhecíamos a todos que moravam nas circunvizinhanças. Freqüentávamos o Aéro Clube, o América, a AABB para práticas esportivas e festas de carnaval.
Como brincava?
Batia minhas peladas, jogava biloca, soltava coruja, pião. Gostava de passear de bicicleta e de “carro-de-cocão” – carrinhos de madeira que tinham rolimãs como rodas.
Quando deixou sua terra?
Não a deixei. Saí em alguns momentos para estudar no Michigan, Estados Unidos, como estudante de intercâmbio e, depois, em Brasília, onde cursava Ciências Sociais na UnB – Universidade de Brasília – e exercia o jornalismo no Correio Braziliense. Depois, passei um ano em Recife, onde dirigi uma escola de línguas estrangeiras.
Que coisas tem feito?
Tenho buscado desenvolver um trabalho que chame a atenção de Natal para o seu Centro Histórico, um tanto quanto abandonado. Em função disso, fui até agraciado com o Troféu O Poti, do Diário de Natal, pela produção cultural exercida quando fui diretor executivo da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências – Samba.
Tenho desenvolvido blogues e criado grupos de discussões na Internet.
Ah, a boemia me cativa!