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Retrato falado de João Maria Alves

Expoente do Jornalismo fotográfico, nosso entrevistado tem uma uma carreira vitoriosa que ha muito ultrapassou os limites geográficos do RN.

*Franklin Jorge

Quando nasceu?

Nasci no dia 02 de abril de 1958.

Onde?

Maternidade Januário Cicco, Natal, RN

Como se chamam seus pais?

Meu pai se chamava José André Alves

Minha mãe chamava-se Argemira Áurea Alves.

De onde são?

Meu pai nasceu no Município de Itambé, Pernambuco.

Minha era natural de São Gonçalo do Amarante, RN.

O que você herdou de seu pai?

Do meu pai herdei a lealdade. Sou leal em tudo que faço, principalmente entre os amigos e grato pelo que eles me incentivaram e deram força para chegar onde cheguei, profissionalmente e arrodeado de muitos amigos que coleciono e tenho-os com maior afeto. Meu pai tinha essa virtude que é a lealdade.

E de sua mãe?

Herdei de minha mãe, a ousadia. Minha mãe era uma mulher forte, em todos os sentidos. Não desistia fácil dos seus objetivos. Era uma guerreira.

Dê-me fatos para esclarecimento de heranças?

Sou herdeiro, por parte do meu pai a persistência, às vezes a paciência dele. Também fui muito influenciado pelo pai à leitura. Ele era leitor voraz de mitologia, história geral e a bíblia. Sempre atento nas questões políticas de então. Era getulista de carteirinha. Autodidata de fazer inveja a qualquer intelectual metido a besta. Meu pai era passado na casca de alho, um observador da cena.

Minha herança também é miscigenada. Meu pai tinha descendência portuguesa e minha mãe puxava mais pra descendência afro. Era uma negra, misto de índia e africana. Uma mulher forte, opiniosa.

Quem é vc?

Eu sou João Maria Alves, obstinado. Um eterno aprendiz, que se reaprende a cada dia. Perfeccionista ao extremo, batalhador, que faz da profissão um sacerdócio.

Mais fatos?

Ah, sou fotojornalista há mais de 40 anos e durante esse tempo vi de quase tudo nessa vida. O jornalismo pra mim, dispensa qualquer título acadêmico.

Aprendi muito com a profissão e os colegas que trabalhavam comigo no início da carreira.

Mas foi mesmo no Colégio Estadual do Atheneu que aprendi usar “régua e compasso” no sentido literário.

Eu era um assíduo da biblioteca do Atheneu.

Foi lá que tive contato com os grandes escritores local, nacional, universal… Aos 13 anos de idade, li um edição primorosa de Cervantes. Um exemplar raríssimo de Dom Quixote.

Li muito Jorge Amado, Machado de Assis e conheci alguns escritores russos e franceses.

O Atheneu foi minha única universidade. E basta.

Também devo a boemia, o pouco do conhecimento literário de adquiri, convivendo com Jarbas Martins, Franklin Jorge, Danilo Bessa, Bosco Lopes, Miranda Sá, Celso da Silveira… Boa parte desse pessoal também foram meus colegas de redação de jornal e revistas.

Fui um dos fundadores do Jornal da Fotografia, juntamente com o chargista Rodrigo Brum e Marcus Ottoni, todos excelentes e experientes profissionais.

Também trabalho na Assessoria de Comunicação da Prefeitura do Natal, onde estou próximo de me aposentar. Mas não deixarei a fotografia nunca! Só depois do último suspiro, que espero, não seja tão cedo. rsrs

E sua infância?

Minha infância foi no bairro das quintas, numa época em que o bairro mais parecia um interior dentro da capital. Nas quintas eu tive uma infância feliz, brincando de roladeira, garrafão (apanhava muito, pq era desatento â regra do jogo. rsrs), jogava bola na rua e brincava de biloca. Eu era péssimo em jogo, qualquer que fosse. Mas era uma convivência sadia com meus amigos.

Sinto saudades da época.

Como brincava?

Não respondeu.

Quando deixou sua terra?

Não respondeu.

Que coisas tem feito?

Ultimamente, com a quarentena, tenho lido muito. Assisto a Netflix, geralmente documentários ligado a minha área, fotográfica. Também estou catalogando centenas de fotos esquecidas por falta de tempo, antes dessa situação que vivemos.