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Retrato falado de Junior Dalberto

Escritor e dramaturgo atuante, está elaborando o seu segundo romance, explorando o gênero Realismo Mágico. Canguleiro legítimo, como eram chamados antigamente em Natal os nascidos nas Rocas, gosta de viajar e de difundir a Cultura por onde tem andado. É membro da UBE/RN e da SPVA/RN.

*Franklin Jorge

[email protected]

Quando nasceu?

Em 30/10/1959, em casa, com ajuda de dona Paulina, uma parteira do bairro.

Onde?

Bairro das Rocas em Natal/RN.

Como se chamam meus pais?

Alberto Barros da Rocha e Zuleide Alves da Rocha, meu pai é natalense das Rocas.

O que herdou do seu pai?

O prazer pelo cinema (sempre me levava para as matinês no Cinema Rio Grande e Nordeste, o gosto musical, aos domingos ouvíamos muitos clássicos de MPB, músicas regionais, etc, além do amor e respeito pelo próximo, era carteiro dos correios e gostava do que fazia. Ele e minha mãe eram um casal muito amoroso.

E de sua mãe?

Minha mãe chama-se Zuleide Alves da Rocha é oriunda da cidade de Ares/RN, professora e artista plástica, me fez amar a leitura, sempre foi muito enérgica mas de um coração maravilhoso, herdei dela o gosto pelo livros, a educação e o amor pela fantasia das artes.

Quem é vc?

Sou um artista, um contador de histórias nos livros, nos tablados e na vida, e, que espera chegar com determinação e responsabilidade as pessoas com minha arte, minha literatura, poesia, dramaturgia. Passei trintas anos como Agente de Polícia Federal para ter uma aposentadoria digna e poder trabalhar minha arte sem precisar “passar o pires a ninguém” para viver meu sonho.

Dê-me fatos para esclarecimento de heranças.

Só culturais. Meu avô, Miguel Olímpio da Rocha, foi um homem comerciante rico e dono de propriedades no bairro das Rocas, em Macaíba, Nísia Floresta e São José do Mipibu, mas perdeu tudo nos jogos de azar, então minha herança mesmo é o conhecimento adquirido, livros raros, minhas obras, o prazer pela leitura e viajar pelo mundo e uma boa educação que deixarei para meu filho, o publicitário Brunno Gabriel Barros da Rocha.

E sua infância?

Fui uma criança normal, alegre, feliz e muitas vezes dormia de joelhos ralados de quedas ou olho roxo de brigas na rua, na adolescência descobri os acampamentos nas Dunas de Genipabu, onde a noite contava estrelas
Como brincava?

Comecei a trabalhar cedo. Aos doze anos ajudava em uma farmácia nas Rocas. Sempre estudei em escolas públicas e nunca tive bicicletas ou brinquedos caros. Estudei francês na Aliança Francesa com uma bolsa e logo cedo, aos 16 anos, descobri o teatro infantil do Jesiel Figueiredo. Foi maravilhoso e em seguida o do mestre Racine Santos, com quem aprendi bastante. Fazia também poesias pelas ruas com Aluizio Matias, Venâncio Pinheiro, João da Rua, etc. Não era tão presente feito eles por trabalhar e fazer teatro, a poesia era nas horas vagas.

Quando deixou sua terra?

Aos 19 anos, em 01 de março de 1979 parti para em Brasília e, no mesmo ano, no segundo semestre, segui direto para o Rio de Janeiro.

Como brincava?

Gostava de soltar pipas nas ruas, contava histórias para as galinhas no galinheiro do quintal, roubar frutas das árvores frutíferas dos vizinhos, pegar “morcego” carona nos ônibus, brincadeiras de rua com a molecada, brincava de circo e teatro no quintal com as outras crianças, tive uma linda infância.

Mais Fatos

Somos uma família unida com base inicial no bairro das Rocas (eu, meu pai e minha irmã somos Canguleiros), minha adolescência e juventude foi na Cidade da Esperança e depois fui  viver sozinho, isso a partir dos dezoito anos, primeiro  vivi em  Brasília, década de 80 no Rio de Janeiro, depois morei nas cidades de Boa Vista/RR, Rio Branco/AC, São Paulo/SP, Recife/PE e Natal/RN, essas moradas eram transferências pela PF.

O tempo de Policial Federal foi muito difícil, mas valeu a pena, meu desejo maior é ser lido e levar gratuitamente quando possível, literatura, teatro e conhecimentos, às crianças e jovens desse país. É o que tenho mais saudades, antes de descobrir a  Biblioteca Pública Câmara Cascudo e mergulhar no mundo mágico de José Lins do Rego, Homero Homem, Monteiro Lobato, Viajar nas costas de Moby Dick, dar a volta em 80 dias em um balão, etc, eu também era apaixonado por soltar Pipas e “bundear” com os amigos pela Praia do Meio e das Rocas.

Que coisas tenho feito?

Depois da minha aposentadoria em 2011, não parei, escrevi dez obras literárias entre dramaturgias infantis e adultas, livro infantis, romance realismo fantástico, contos, poesias e aventuras, alguns prêmios por essa literatura, livros: Pipa Voada sobre Brancas Dunas, Cangaço e o Carcará sanguinolento, Blattodea, Reféns nos Andes, Titina e a Fada dos Sonhos, Leveza Infinita e esse ano lanço mais um romance realismo mágico “O Último Nephilin” e o infantil “Titina e o Circo do Arco-íris”. Sou autor e diretor de 8 espetáculos de teatro entre eles os premiados “Borderline” e Ventre de Ostra”. Participo também de projetos sociais literários como Federais Solidário, Carrossel da Leitura, Poetas na Escola da SPVA.