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Retrato falado de Nadja Lira

Colaboradora de Navegos de primeira hora, a escritora, jornalista, educadora e filósofa de João Câmara, antiga Baixa Verde, responde à série que temos publicado sob os aplausos dos leitores. Ela se junta a outros ilustres perfilados, como o cartunista e designer gráfico Marcos Garcia, o poeta Francisco Miguel de Moura, da Academia Piauiense de Letras e o historiador Anderson Tavares de Lira, da Academia Macaibense de Letras e presidente do Instituto Tavares de Lira, que resgata a memória de notável norte-riograndense.

*Franklin Jorge

Onde nasceu?

Nasci num sábado bastante ensolarado, em meados dos anos 60. Não digo o ano exato, porque idade de mulher é um segredo jamais revelado.

Onde?

Na cidade de João Câmara, Capital da Região do Mato Grande. A cidade é famosa e figura no Livro dos Records, devido aos abalos sísmicos que vitima o lugar periodicamente.

Como se chamam seus pais?

Meu pai se chamava Agostinho Florêncio da Silva Minha mãe se chama Maria Ester Lira e Silva

De onde são?

Meu pai era de Santana dos Matos Minha mãe é de João Câmara

O que herdou de seu pai?

Do meu pai herdei a paciência, a tranquilidade e a qualidade de jamais guardar mágoa, raiva e rancor. Também herdei o gosto pela leitura e pela música, já meu pai era músico e como profissional desta área acompanhou grandes artistas da sua época, como Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e outros.

E de sua mãe?

De minha mãe herdei a organização, a responsabilidade com o trabalho e o gosto pela Pedagogia, já ela tornou-se uma professora. Atribuo a ela, esse meu interesse em me tornar professora.

Dê-me fatos para esclarecimentos dessas heranças.

Da parte do meu pai – as pessoas que o conheceram asseguram que existe uma grande semelhança entre nós. Dizem que, fisicamente tenho muitos traços do meu pai. Em relação à personalidade, também veem muita semelhança de caráter. Meu pai era um sujeito calmo, tranquilo, observador, curioso e detestava fofoca. Eu me vejo exatamente assim. Da parte da minha mãe herdei a capacidade de organizar as coisas que utilizo no meu dia a dia. Posso destacar a organização do meu guarda-roupa, por exemplo, meus livros, documentos e meus documentos. Até na minha própria vida, tudo é extremamente organizado e dificilmente alguma coisa sai do meu controle. Somente àquelas que são determinadas por Deus.

Quem é você?

Sou Nadja Lira – Jornalista por opção, mas tenho certeza de que Deus me escolheu para ser Professora. Então fiz pedagogia e hoje atuo como professora da Rede Pública de Ensino Municipal. Estudei Filosofia para melhorar meus textos jornalísticos e a minha atuação como professora.

Mais fatos.

O estudo da Filosofia também contribuiu para me lapidar enquanto ser humano. Hoje eu tenho plena consciência de quem sou, porquê sou, quais as razões pelas quais estou no mundo e também estou consciente de que sou feita à imagem e semelhança de Deus.

E sua infância?

Minha infância foi tranquila. Passei esse período ao lado dos meus pais, avós e tios. Durante muitos anos fui a única menina da família, portanto, era tratada como uma princesa. Fui muito mimada pelos adultos da minha família e vivi todas as fantasias que as crianças precisam viver, como a fantasia de Papai Noel, por exemplo. Em todos os meus anos de criança recebi os presentes do bom velhinho e me tornei adulta acreditando que é saudável para as crianças viverem esta fantasia.

Como brincava?

Gostava de brincar de bonecas. Arrumava a casinha das bonecas com tanto esmero, que chamava a atenção dos adultos. Quando comecei a estudar, também gostava de brincar de escolinha. As vizinhas da minha mãe mandavam seus filhos lá para casa e eu o ensinava a ler e escrever.

Quando deixou a sua terra?

Deixei a Cidade de João Câmara nos anos 70 e vim para Natal, porque queria fazer vestibular para Jornalismo e na época não havia Universidades tampouco Cursinhos preparatórios para o vestibular. Concluí o ensino médio no colégio Amphilóquio Câmara, fiz curso profissionalizante de Secretariado Executivo no Anísio Teixeira e finalmente fui aprovada para o curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalisma, na UFRN.

Que coisa tem feito?

Além de minha atuação como professora na Rede Pública, dedico-me ao estudo dos idiomas de Francês e Alemão, na Universidade de Idiomas Wizard. Encontro-me momentaneamente afastada de todas as atividades, por imposição da quarentena forçada. Tenho ocupado meu tempo revisando planos de aula, estudando os idiomas para não perder a fluência e escrevendo poesias, crônicas e artigos de opinião. Presto Assessoria de Comunicação para a Congregação das Filhas do Amor Divino, e mensalmente redijo um jornal para as Irmãs.