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Retrato falado de Rejane Batista

Artista versátil e cônscia do que cria, nossa entrevistada vive em Pium, onde está construindo uma casa ecológica e um espaço cultural, o BioAtelier-, onde pretende promover ações culturais e alfabetizar quem precisa. Rejane gosta de plantas e de animais e desfruta daquela espécie de solidão que, segundo Thomas Mann, faz parte das necessidades de um artista.

*Franklin Jorge

[email protected]

Quando nasceu?

Em agosto de 1958

Onde?

Em Natal.

Como se chamam seus pais?

Manoel Benício e Lêda

O que herdou de seu Pai?

O respeito pelo outro e pelos animais, além de muitas outras manias que a gente vai descobrindo…

E de sua mãe?

A habilidade em simplificar as coisas. E outras manias…

Quem é você?

Pergunta difícil…Mas posso dizer que sou amiga das coisas verdadeiras, gosto de ajudar a quem precisa e estou sempre envolvida em alguma coisa. Gosto de simplificar.

Dê-me fatos para esclarecimento de heranças.

Me dê uma pista… A minha fase mais marcante  foi a adolescência nos anos 70, vivi com paixão aquelas mudanças, os conflitos de geração fortíssimos da época em casa, nas artes, nas roupas, nas relações de namoro e amizade e depois que o sonho acabou, finalmente acho que virei a adulta que desejei ser, meio nômade mas ligada na raiz.

E sua infância?

Lembro bem das férias na fazenda de meus avós no Seridó, do veraneio na praia com muitos primos e vizinhos, do quintal de casa com pé goiaba e jaboticaba, do jardim de infância com sapoti e as freiras do CIC. E uma pressa enorme de ficar logo adulta…

Como brincava?

Desenhar e pintar, eram coisas que eu preferia.

Mais fatos.

O encontro com essa coisa bem complicada que é a cultura daqui. Natal não tem suporte cultural e os artistas são considerados marginais. Eu vi, na galeria que tive no Mercado de Petrópolis, como alguns destratavam a arte.

Quando deixou sua terra?

Deixar não deixei, morei fora, aprendi coisas diferentes, fiz amigos, mas pra aqui voltei.

Que coisas tem feito?

Pintar, bordar e ler é o que mais tenho feito além de construir uma escola em Pium, que, quando passar a pandemia estará pronta pra abrir.