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Retrato falado de Sônia Castelo Branco

Atriz e produtora, formada formada em Artes Cênicas, pela UFRN, iniciou minha carreira artística,  em 1977, no Teatro Sandoval Wanderley, com as peças: “O beijo que era meu”,  de autoria de Sandoval Wanderley, e “A revolta dos brinquedos”,  com direção e produção de Eliete Regina.

*Franklin Jorge

[email protected]

Quando nasceu?

A 15 de julho de 1956.

Onde?

Triunfo/PE – uma cidade turística linda, muito limpa e bem organizada.

Como se chamam seus pais?

Luiz Gonzaga de Oliveira e Maria da Penha Oliveira.

O que herdou de seu pai?

Infelizmente, convivi pouquíssimo tempo com meu pai, pois ele faleceu quando eu tinha 7 anos de idade. Sinceramente, não me lembro de quase nada, a não ser do seu jeito organizado. Era extremamente meticuloso e, sem dúvida alguma, sou exatamente desse jeito.

E de sua mãe?

A minha mãe era uma pessoa muito alegre e divertida. Era vaidosa, mas uma vaidade pessoal. Espiritualmente, era de uma simplicidade extrema. Cozinhava muitíssimo bem, amava as plantas, os pássaros, gostava de ser fotografada e de viajar. Tinha sempre uma boa resposta pra tudo e, claro, herdei tudo isso, com maior orgulho. Costumo dizer, que éramos ALMAS GÊMEAS.

Quem é vc?

Por mais simples que pareça, falar de si mesma é um pouco difícil, mas vou tentar. Sou uma pessoa, nem melhor, nem pior que ninguém. Tenho meus defeitos e qualidades; erros e acertos, e procuro conviver com o ser humano, com respeito e harmonia. Uma coisa eu falo com muita sinceridade: não suporto injustiça, hipocrisia, traição, calúnia e humilhação. Quem quiser ter a minha amizade, não faça isso comigo. Amizade tem que ser sincera, e não tem segunda via. Gosto de dançar, cantar, dá ótimas gargalhadas e contar piadas. Não perco uma chance de falar algo engraçado. A minha alegria de viver é extremamente contagiante.

Dê-me fatos para esclarecimento de heranças.

Minha origem foi muito simples, não tínhamos muitos recursos para que eu pudesse realizar os meus sonhos de criança, que ficaram adormecidos até a fase adulta. Não estou reclamando de nada. Sou muito grata a Deus, por tudo. Uma coisa valeu a pena: aprendi a valorizar tudo, nos mínimos detalhes, e isso não tem preço.

E sua infância?

Às vezes eu volto à minha infância e fico pensando: eu pulei essa fase da minha vida e, também, a adolescência. Apenas, existi, mas não vivi!  Não tinha liberdade pra nada, não podia brincar na casa vizinha com minhas amiguinhas, não tinha brinquedos, bonecas…enfim, nada! A única coisa que eu pude brincar, foi de “DRAMA”. Colocava um lençol no varal do quintal, que servia de cortina e, ali, fazíamos as apresentações. Na verdade, estava fazendo teatro, e nem sabia. Nessa época, estava com 7 anos.  Desde pequena, já tinha o dom da Arte Cênica.

Como brincava?

Sempre gostei de brincar com bonecas, e ainda brinco. Ainda tenho algumas, inclusive, uma de pano, que é minha maior paixão. Quando vim morar em Natal, eu tinha uma boneca de pano, que tinha quase 500 vestidos. Eu costurava o tempo todo, e foi por costurar tanto para as bonecas, que aprendi a costurar pra mim também. O meu maior incentivo para passar por média, no período escolar, era pra ter as férias livres para brincar.  Era maravilhoso!  Durante o dia, eu brincava, sozinha, com minha boneca; à noite, em frente à minha casa, brincava de tica, pular corda, esconde- esconde, tô no poço… e muitas outras brincadeiras. Nessa época, já estava com 12 anos.

Mais fatos.

Naquela época, tinha umas festinhas nas casas dos amigos, que dava-se o nome de “Assustado”. Minha mãe, como sempre, não me deixava sair para lugar nenhum, então, sai escondida e fui dançar. Quando estava dançando, vejo minha mãe, na janela da casa, me olhando. Realmente  foi assustador! Sai correndo pra casa, e me escondi, por um bom tempo, embaixo da cama. O menino, com quem eu dançava, deve estar até hoje, sem entender nada. Eu sai correndo, mas não falei o motivo.  Coitado!

Quando deixou sua terra?

Meu pai trabalhava no Ministério da Saúde e, de vez em quando, era transferido para outras cidades. Então quando sai da minha Terra, estava com 2 anos. Logo após o falecimento do meu pai, viemos para Natal, onde estamos até hoje.

Que tem feito?

Profissionalmente, nada! Trabalhei durante 30 anos, com meu esposo, Edvaldo Castelo Branco,  com eventos sociais. Tínhamos uma produtora de vídeo. Mas, como tudo nessa vida tem sua hora pra começar e parar, nós paramos!  Estamos aposentados. Então, estou curtindo a vida, vivendo em paz, cuidando das minhas plantas, da minha casa, viajando e procurando ser feliz a cada dia,  à minha maneira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em destaque, Sônia Castelo Branco; acima, a atriz contracenando em dois momentos com o ator e diretor Jesiel Figueiredo, introdutor do teatro profissional no RN.