*Franklin Jorge
Há mais ou menos duas décadas a cultura natalense foi possuída por uma entidade zombeteira que só pensa em festas, algo que de alguma forma tem alguma coisa a ver com cultura, mas não é genuinamente cultura, segundo pessoas mais versadas do que eu nesse assunto que parece simples, mas é a complexidade em pessoa.
Não bastasse tamanho desmazelo e falta de pudor, promoveram o amasiamento dessa falsa Cultura Carnaval, que em qualquer parte, sobretudo na capital do Carnaval – o Rio de Janeiro – é outra coisa. Tanto é que lá criaram A Riotur, que cuida do turismo e do Carnaval e a Rioarte, que cuida especificamente da Cultura e não se misturam, por aparentadas que sejam. Cultura é conhecimento e preservação da memória; carnaval é frevança, e, frequentemente, fudelança e todo tipo de desejos reprimidos.
Em Natal não há cultura sem frevança, pois se estabeleceu, não se sabe por quem que cultura é apenas festas e festejos, enfim, formas de descompromisso com a história e a preservação de tradições em uso ou desuso, não importa, mas algo que requer mais que organizar uma festa.
Dácio Galvão, secretário desinformado e inoperante achou por bem amasiar Cultura e Carnaval, parece que levado pelo intuito de tornar-se ainda mais poderoso e dono de tudo, numa cidade que não0 se dá ao trabalho de questionar nada, pois o que vale aqui é o fingimento, que parece, não o que é efetivamente, pois em sendo a coisa diferente de alguma forma o senhor secretario já teria levado um belíssimo pé na bunda, ele e toda a sua cambada de bajuladores que seriam inócuos se não contribui9ssem para a manutenção de um estado de coisa que clama, há muito, por mudanças. Mudanças, aliás, não apenas de nomes, mas de conceitos e novo direcionamento.
É muito duro, para o natalense que ama a sua terra, vê-la de tal forma malquistada por aqueles que se arvoram em conhecedores e defensores da tradição. Uma gente saída da bolsa e do colete dos poderosos que somente se interessam pelo que não é ou parece ser, desde que as duas partes saiam ganhando contra o povo – que é efetivamente o único e maior beneficiário da verdadeira cultura, que se faz sem a intervenção de tais senhores.
É aberrante constatar que uma mesma pessoa costuma passar no mínimo duas décadas ocupando o mesmo cargo e dando as cartas num segmento de grande mutabilidade, que aqui se torna estático e ineficaz, previsível e rotineiro. Que esperar de pessoas que só conhecem a cultura a passeio, de vista, como tem acontecido com pseudo-gestores do naipe de Isaura Rosado e Dácio Galvão, in vestidos em cargos e funções que exigem muito mais do que eles são capazes de nos oferecer, em ações e ideias. Uma gente que em matéria de cultura não têm no furico o que um periquito roa.
