*Margaret Atwood
1 – Ideias não vêm do nada. – Quanto mais você trabalhar em algo, mais ideias vão surgir. – Logo nos primeiros vídeos, a autora fala que ela não funciona se começar a escrever uma ideia diretamente. A recomendação é que a pessoa comece fazendo uma imersão. Pense nos personagens, vozes, cenas, objetos e a partir disso surge a história. No caminho vá revisando e inserindo outras ideias que surgirem e que faltaram para tudo fazer sentido.
2 – Uma pessoa é o que acontece com . – Uma lição muito valiosa para mim foi entender a importância de eventos. Ela diz que “uma história precisa de uma quebra de padrão para continuar. Se tudo for perfeito o tempo inteiro, não tem história”. Mais tarde a autora também compartilha essa reflexão que somos o que acontece com a gente, sendo assim, as ações dos personagens são reflexos do que já aconteceu com eles também. Na aula Margaret deu um exemplo interessante, se seu personagem está afundando no Titanic, será alguém que tenta somente salvar a si ou corre para ajudar outras pessoas? Deixe isso bem nítido para o leitor na construção dos seus personagens.
3 – Conheça seus personagens. – Qual o aniversário/signo, quem são os amigos, quais foram as experiências traumáticas, obsessões, hobbies… para sua história fazer sentido, seus personagens precisam ser coerentes e bem construídos. E esse tópico se conecta diretamente com o anterior, sabendo quem seu personagem é você vai saber também como sua criatura vai agir diante das situações que surgirem durante sua história.
4 – A importância das 5 primeiras páginas. – A primeira página é uma porta de entrada, leia o que escreveu e reflita: se você encontrasse seu livro na livraria, compraria pelo que está lendo nas primeiras linhas? Pode ser também que o seu verdadeiro começo só apareça depois que você escrever muito ou tudo. Por exemplo, se depois de muito escrever você perceber que o real início está na página 25, ela indica que você traga isso para a primeira página. Eu adorei essa reflexão que a escritora propõe. Margaret também recomenda que você não carregue as cinco primeiras páginas com muita informação, guie o leitor para que ele queira continuar nessa jornada com você.
5 – Leia seu texto em voz alta. – Às vezes colocamos muitas palavras com sons parecidos juntas e isso dificulta a leitura. Desse modo, a autora recomenda que a pessoa que estiver escrevendo, leia em voz alta para perceber esses detalhes. E caso tenha muitos sons repetidos, tenha certeza que você está fazendo isso com propósito. Esse aprendizado eu já estou aplicando para todo texto que escrevo, inclusive este. Não era um hábito da minha rotina produzindo conteúdo, mas realmente faz muito sentido.
6 – Revise bastante e peça para alguém ler sua história. – Margaret Atwood sempre repete a importância de revisar ao longo do processo. Rever os detalhes, as informações sobre época, as atitudes dos personagens, etc. Outra dica da autora para esse processo de finalização é imprimir o conteúdo pronto e ir revisando com uma régua linha por linha. Ao lado, tenha a versão digital para pesquisar também palavras e verificar repetições. Depois disso, peça para leitores selecionados lerem sua história. A autora recomenda que não sejam pessoas do mercado editorial e que sejam leitores apaixonados.
7 – Entenda o que você é capaz de fazer hoje e faça! – Todas as habilidades como, por exemplo, definir o tipo de estrutura que você irá contar uma história, só serão adquiridas se você começar. Esse foi um ensinamento que ela foi reforçando ao longo de todas as aulas. Comece, pratique e desenvolva sua escrita. Questione: “o que eu sou capaz de fazer hoje?” e faça! “Se você está começando, apenas faça de um jeito simples e conte sua história.” Isso pode até ser clichê, mas foi muito motivador ouvir uma grande autora repetir isso tantas vezes, eu posso só começar e quem sabe um dia terei algo para compartilhar. Sem iniciar, isso nunca vai sair do lugar de sonho e desejo.
BÔNUS: escreva no papel!
Essa é uma lição bônus e bem desafiadora. Uma das coisas que Margaret Atwood mostrou do seu próprio trabalho foi que, em diversos casos, ela escreveu à mão. E isso é uma ideia ótima, mesmo que dê mais trabalho, porque você consegue aprimorar o seu processo e não sair apagando tudo, como fazemos no digital. Se você escreve uma frase, por exemplo, que não gosta muito e só risca ela, pode ser que em outro momento aquela citação faça sentido e você consegue resgatá-la em suas anotações. A autora mostrou rascunhos de quando estava escrevendo “O Conto da Aia” e como pôde reformular a estrutura e ideias porque tinha tudo registrado. Maravilhosa