*Alex Pipkin, PhD
Não, eu não quero o retorno ao “paraíso” das cavernas e/ou a vida tribal ansiada e verbalizada retoricamente pelos defensores da impossível igualdade social!
Apesar do meu pessimismo realista, já que sou gaúcho e, portanto, vivo sob o teto das instituições que mal funcionam, e das construções culturais tupiniquins, óbvio que TODOS nós estamos muito melhores do que no nostálgico e gostoso passado pueril.
Simples constatação com o meu singelo ato de tocar a ponta de meus dedos nesse teclado digital…
Claro que o populismo cultural reservou-nos uma pequena brecha de cultura atual que dignamente, estética, espiritual, e que com conteúdo relevante e útil, vale realmente a pena!
Apesar dos pesares, vivemos na maior era PARA a cultura, não DA cultura em si, já que podemos acessar como nunca antes foi possível às grandes obras da genialidade humana.
O tradicional vitimismo econômico, da ruptura dos alicerces do capitalismo, não passa mesmo de um ilusionismo consciente embalado pelos fortes ventos das paixões ideológicas dos mesmos de sempre e de todas as épocas.
Aliás, são esses mesmos engenheiros sociais, burocratas estatais e humanistas enganados, apologistas do ainda “fiquem em casa”, que apoiam esse trágico experimento social – que de ciência só existem desejos e raríssimos fatos científicos e pragmatismos comprovados – que farão com que o país ingresse profundamente no esburacado e pedregoso caminho do desemprego, da fome, da pobreza, do incremento da violência em várias instâncias e do científico aumento do número de mortes humanas, para muito além da Covid-19.
Nesse trágico experimento social, alarma-me o descaso dos de carne e ossos verde-amarelos!
Claro que o medo impulsionado irresponsavelmente pelo partido da mídia, naturalmente tem distorcido severamente os poucos neurônios de uma grande e infeliz massa de brasileiros. Mas há muita gente esclarecida e inteligente por aqui, navegando nessa mesma barca e esbravejando a favor do cerceamento de nossos direitos de liberdade conquistados a duras penas.
É espantoso e inadmissível o que governadores e prefeitos fizeram arbitrariamente com nossos direitos constitucionais. Nem em épocas de guerra nossas liberdades foram tão suprimidas coercitivamente quanto agora.
O pior mesmo foi a anuência de um STF tecnicamente despreparado, politicamente interessado e pragmaticamente atuante por meio do ativismo do retrocesso.
Agora a foto do dia é a ditadura do STF no caso do inquérito absurdo quanto as fake news.
A essencial liberdade de expressão, marca democrática, só vale para um lado! Calam-se os críticos da principal instituição que deveria justamente garantir nossas liberdades! Hilário mas trágico, pois é factual.
É conveniente distinguirmos as duas dimensões da nossa vital liberdade.
Como disse, estamos muito melhores em termos de condições para viver uma vida melhor, com uma infinidade de opções que podemos escolher de acordo com nossos próprios objetivos. Assim, quanto a “liberdade positiva”, avançamos enormemente.
Entretanto, na dimensão “liberdade negativa”, aquela que refere-se a ausência de coerção a fim de que possamos decidir sobre o que fazer, ah meus amigos, que país é este?, bela canção de Legião Urbana.
Burocratas estatais interessados e despreparados, semideuses togados, que além de não julgarem as leis, mas as interpretarem de acordo com suas próprias liberdades e vontades (e legislando!), estão nos conduzindo a um perigoso caminho da tirania! Aludindo novamente Legião Urbana, “Será” que vamos conseguir vencer? Esse sim é um pânico digno e real!!
Como esse país gosta de flertar com atos ditatoriais! Mas lembrem-se, não estamos falando dos sempre ovacionados militares, refiro-me agora a ditadura da toga; horror…
Imaginem!!! Se a instituição-mor, garantidora de nossas liberdades constitucionais age – ou não age! – contra nossos valores mais excelsos, em que nível encontra-se a tão preciosa confiança e o capital social, cola e lubrificantes indispensáveis para a formação de laços sociais de colaboração e de solideriedade nas inter-relações entre pessoas e empresas no tecido social e empresarial?!
Numa sociedade democrática e cosmopolita de verdade, os indivíduos convivem, fazem negócios e se encontram todos em barcos iguais, potencializando a solidariedade mútua.
Os movimentos ditatoriais, especialmente do STF, estão apagando as profundas pegadas da nossa virtude maior: a liberdade!
Não tenho medo do vírus da saúde, arrepio-me de temor da ditadura do judiciário!