*Franklin Jorge
Autor de Câmara Cascudo Do Potengi ao Piabanha, através do qual nos dá noticia e subsídios originais sobre a atuação de Luís da Câmara Cascudo na Imprensa Petropolitana, a antiga residência de verão da Família Imperial, lugar a um tempo conhecido e remoto. Colaborador intermitente, escreveu sobre o que lhe apetecia.
Deu-nos Francisco de Vasconcellos, a um tempo, um livro sui generis sobre esse diálogo entre dois rios significativos, o Potengi, nascido em terras potiguares, e o Piabanha, duplamente realengo, na serra fluminense. Imortalizado por gerações de artistas de talento e amadores sensíveis da paisagem ribeirinha e dos remansos desse rio sagrado para petropolitanos.
Por si só esse título já pressupõe uma relação e um notável esforço de aproximação entre duas terras e culturas, espontânea e elaborada. Natal, a Cidade de Luís, e Petrópolis, a Cidade de Pedro.
Francisco de Vasconcellos não escolhe tema; é escolhido por eles. Agora, debruçado sobre o pátio do mercado e as feiras nordestinas, a céu aberto, fartas de tudo, do real e do imaginário que tem por bem Vasconcellos dar vida e discutir as páginas da velha crônica provinciana que se impõem à discussão, como estas que reuniu neste livro o pesquisador constante e original.
Membro do Instituto Histórico de Petrópolis, por muitos anos pesquisou seus temas em toda a parte, em suas leituras e convívio humano com seres como Cascudo, que viu no brasileiro o melhor produto nacional.
Temas de Feira e de Cordel traz à luz e deflagra a discussão de temas esquecidos ou suplantados pela velocidade que rege, descontroladamente, a vida em um mundo líquido. Dá outra vida aos personagens de fatos que se tornaram lendários ou se ampliaram ao sabor das conversas, ao cair da noite, nas velhas calçadas sertanejas.
