• search
  • Entrar — Criar Conta

Um cadáver que procria

Cultura natalense sofre as consequências de gestões ineptas e equivocadas que se comprazem em perseguir artistas que não rezam pela cartilha do oficialismo.

*Franklin Jorge

[email protected]

Com a aposentadoria do fóssil Dácio Tavares Galvão – que encruou no gerenciamento da cultura local -, espera-se que o prefeito Álvaro Dias corrija os erros e a displicência de seus antecessores no manejo desse segmento, há anos, estagnado e reduzido em suas perspectivas de realizações produtivas em favor da grandeza da cidade tocada pela graça natalina.

Embora menosprezado e vítima de sucessivos equívocos de governantes desprovidos de finesse intelectual, meros burocratas sem visão de futuro e submetidos à inércia e ao comodismo, o setor cultural, além de gerar empregos contribui para dar substância a gestões esclarecidas o que não e nunca foi o caso de Natal nem do RN, obscurecidos de visão e previsão de futuro.

Exceção de Aluizio Alves, que empreendeu a catalogação e documentação de nossos monumentos históricos, através o trabalho de campo do compositor e maestro Oswaldo de Souza – colaborador de Mário de Andrade, escritor e pesquisador emérito que deixou à Cultura Brasileira considerável legado -, nenhum outro governante tratou melhor a cultura local. A prova disto está reunida no livro , há muito esgotado, escrito por Oswaldo sobre o nosso esquálido ,as em parte significativo patrimônio histórico.

Devemos-lhe, pois, o reconhecimento de seus feitos nessa área que cristaliza e enaltece reputações. Depois dele, Aluízio, apenas o Professor José Cortez Pereira ensaiou uma revolução cultural, frustrada pela desastrosa cassação de seu mandato que descortinava o novo sob diversas formas, inclusive na cultural.

Ambos estimularam as letras e, Cortez pereira, em especial, o Teatro e a Dança, com a criação de duas companhias teatrais e do nosso Balé Municipal, que ainda perdura, graças à abnegação de Roosevelt Pimenta e de seu aluno e sucessor Dimas Carlos.
Que o prefeito eleito resgate a Cultura natalense, livrando-nos de estafermos emaconhados que miram apenas o próprio umbigo.