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Um figuraço da cidade cega

Fundador de Navegos desenterra noticia antiga que continua de grande atualidade e reafirma sua admiração por Fernando Luiz, um cantor que é também apresentador e incentivador de talentos.

Franklin Jorge

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Minha timidez atrasou meu encontro com Fernando Luiz, músico, cantor, apresentador, animador de shows de calouros e, sobretudo, um altruísta que se multiplica em favores à cidade que parece apenas dispensar-lhe uma atenção contrariada.

Hoje é o seu aniversário, li em algum lugar. Em seguida, noutro canal dessa rede de comunicação, deparei-me com Fernando Luiz em pessoa doando polpas de frutas Chapinha ao sempre necessitado Instituto Juvino Barreto à Avenida Alexandrino de Alencar.

Ele conta em livro, que li com avidez e satisfação, os desafios que enfrenta e os obstáculos que tem vencido graças à repercussão e o espírito de colaboração que o seu esforço desperta na consciência de muitos. Não surpreende que seja querido e popular. Querido e considerado pelos humildes.

Quisera ter o prazer de escrever mais sobre esse artista e filantropo que faz bem a Natal. Certa vez, faz alguns anos, comentei sob o titulo ‘’A ira sagrada do artista’’ acerca de um desabafo seu, simples e verdadeiro, em relação a comentário da então ministra da cultura, Marta Suplicy e, ao faze-lo, nos chamou a atenção acerca realidade local e natalense, que continua, desde então, a mesma, sobretudo para quem lida com cultura e tem de enfrentar as feras que controlam tudo e fazem o que lhes da na telha, inclusive discriminar, perseguir e humilhar artistas. Transcrevo o que escrevi, porque nada mudou, exceto para pior:

A IRA SAGRADA DO ARTISTA

‘’O cantor e benemérito de inúmeros aspirantes a músicos e artistas, Fernando Luiz, apresentador do Show das Comunidades, programa cultural de incentivo aos novos talentos, externou no Facebook sua indignação, ao comentar a declaração da ministra da cultura, a destrambelhada e inconveniente Marta Suplicy, em entrevista à Jovem Pan, às 07:11 do dia 27, ontem, sobre a Copa do Mundo e a referencia incidental da cultura do Rio Grande do Norte. “Precisamos conhecer a riqueza cultural de estados como o Rio Grande do Norte”, conclamou a petista.

‘’Fernando Luiz externou sua indignação e a de muitos que se importam com a cultura, ao perceber que a fala da ministra colocava para o ouvinte duas questões pertinentes. Eis o que ele escreveu: “Pra mim, a declaração da ministra, citando APENAS o Rio Grande do Norte, significa duas coisas: primeiro, que temos uma riqueza cultural que precisa ser mostrada ao mundo; segundo que somos POBRES na capacidade de divulgar esta riqueza. E isto é uma grande verdade”.

‘’Quem lida nessa seara sabe, há anos, por experiência própria ou por ouvir dizer, que a cultura claudica e estertora sem o incentivo de políticas culturais democráticas, não impositivas; sobretudo, políticas sistemáticas, regulares e sem o personalismo de gestores sem traquejo com a cultura verdadeira. Fernando Luiz confessa-se, às vezes, revoltado com o descaso marasmático. E nos coloca, ademais, uma questão desafiadora, diante do fato consumado da escolha de Ivete Sangalo, Cláudia Leite e Jota Quest como os artistas da Copa em Natal. “Será que a FIFA e a Rede Globo vão oficializar, perante o mundo, Natal e o Rio Grande do Norte como mera “Colônia Cultural” da Bahia?”. Afinal, que sabe a ministra sobre a nossa cultura?’’

Publicado originalmente em O Novo Jornal.

Em destaque, Fernando Luiz em julho de 1979, conquistando o primeiro lugar no concurso idealizado por Chacrinha na TV Bandeirantes, como o melhor intérprete de Roberto Carlos. Outrora, em 1974, o potiguar conseguiria o primeiro lugar com o título de Calouro Exportação da Buzina do Chacrinha, no programa do Velho Guerreiro, na antiga TV Tupi.