*Lívio Oliveira
Os diálogos que tenho sobre fotografia com o mestre João Maria Alves sempre suplantam o lado meramente da imagem. Ora, João é forjado na leitura e nas reflexões éticas e estéticas acerca da arte de captar momentos de rara beleza e de profundidade, até sob um caráter de aprofundamento filosófico.
Conversar com João Maria Alves sobre a grande arte da fotografia faz com que saiamos dos lugares-comuns dos manuais e das técnicas basilares.
Em poucas horas de palavras compartilhadas, chegamos a nomes como o de Roland Barthes, o de Susan Sontag, o de Janet Malcolm (essa autora polêmica e poderosa é influência evidente do jornalista Franklin Jorge, também sobre mim) e continuamos percorrendo os labirintos de muitos outros pensadores.
Esse rico diálogo nos mostra a necessidade de dissecar, não somente os elementos gráficos da fotografia, mas os componentes da “alma” da imagem e do fotógrafo.
Tive a oportunidade de ver João Maria Alves em ação inúmeras vezes. Trata o instrumento com sutis delicadezas e com o seu olhar meticuloso, que parece atravessar o mundo e o “umbigo” do objeto fotografado, indo até um horizonte que está no próprio espirito de João e na sua sensibilidade e talento acima da média.
João é um artista que permanece inspirado e inspirando e é merecedor de todas as homenagens dos que sabem apreciar a grande arte e os elementos universais que contém.
