*Reynivaldo Brito
Existem milhares de favelas inóspitas onde vivem milhões de brasileiros em situação de miséria.
Estamos vivendo num país onde existem ilhas de excelência, de privilégios e pobreza. Um país onde é notória a grande distância que separa a sociedade civil dos políticos, da Justiça e dos milionários. Para ser rico no Brasil não é preciso trabalhar muito. Basta ser um político que saiba manobrar, ser dono de partido político, de um templo que tenha fluxo de pessoas ou um criminoso habilidoso capaz de contratar advogados milionários que tenham bom trânsito nos tribunais.
A derrubada da prisão de segunda instância por seis ministros do STF veio coroar esta impunidade que grassa neste país tropical e desigual, onde criminosos de todos os naipes, condenados vezes por tribunais colegiados, e ainda saem por aí falando mal da Justiça, pregando a violência, até tentando formar milícias esquerdistas ou mesmo cometendo novos crimes, semelhantes aos que os condenaram. Enquanto isto, os que arquitetaram a queda da jurisprudência da segunda instância lavam as mãos como Pilatos fez diante da condenação de Jesus Cristo.
A distância
É por um Brasil menos desigual que saímos às ruas.
“Não existe espaço para a demanda da sociedade”. Esta frase ontológica teria sido pronunciada não menos pelo atual Presidente da Câmara Federal, o deputado federal pelo DEM, Rodrigo Maia, respondendo a alguém que o questionou sobre as seguidas manifestações de brasileiros nas ruas de centenas de cidades exigindo o restabelecimento da prisão em segunda instância, a aprovação do Pacote Anticrime e contra a Lei de Abuso de Autoridade.
Os esquerdopatas e os políticos ligados ao Centrão aprovaram o Pacote Anticrime completamente desidratado, e a toque de caixa a Lei de Abuso de Autoridade, que é uma vingança dos envolvidos ou acusados de corrupção contra a Lava Jato.
O que exigem os manifestantes que saem às ruas pacificamente, quase sempre aos domingos, são pautas importantes para o Brasil se tornar um país melhor. Presos às seus princípios e ideologias retrógrados, tanto o Maia quanto o presidente do Senado David Alcolumbre, também do DEM, vivem arquitetando contra essas demandas que são muito mais importantes que as baboseiras que discutem, aprovam e homenageiam no Congresso Nacional.
Reynivaldo Brito é jornalista.
