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Um poeta paraense em Natal

Colaborador de Navegos resgata a passagem de poeta paraense por Natal que viria a se tornar, anos depois, um dos mais importantes críticos de arte brasileiros e um dos fundadores da Associação Brasileira de Críticos de Arte.

*José Vanilson Julião

Nas pesquisas sobre futebol tenho encontrado outros assuntos interessantes que acabam em pauta para artigos diferentes. Foi o que aconteceu com o pai do folclórico Zé Areia. E agora com o segundo focado.

O levantamento não detecta a motivação, sequer familiar, para a permanência de período José Pinto Flexa Ribeiro, personagem desta crônica, em Natal, no começo do século passado. Mas presume que se deve a fama do colégio Atheneu, fundado antes do Pedro II (Rio de Janeiro).

Provavelmente já se encontrava desde dezembro do ano anterior, como pode comprovar agradecimento da redação de A República aos votos de Ano Novo. Como também a citação do nome e do colega Gastão Maranhão na dedicação de um programa de espetáculos variados do Teatro Recreio Moderno em benefício da atriz Cândida Palácios.

Entre janeiro e fevereiro de 1902 ele faz os exames preparatórios no Atheneu. Neste curto período José Pinto Flexa Ribeiro (Faro/PA, 19/6/1874 ou 1883 – 1971) contribui com poesias inéditas para o jornal fundado pelo macaibense Pedro Velho de Albuquerque Maranhão: “Velhinha” e “De Longe”. Inclusive são inseridas na primeira obra “Sol” (1906) a “Trilogia da Angústia”: “Histeria I”, “Tísica II” e “Louca III”.

A última colaboração, “Profissão de Fé”, em 25 de fevereiro de 1902. A confirmação da antiga presença vem com a nota “Letras Bibliográficas”, assinada pelo redator de pseudônimo Z. Y. (segunda-feira, 19/08/1907). Que acabara de “fechar” (ler) o original de “Litania Pagã”.

O Diário de Pernambuco (terça-feira, 23/6/1903) registra no Sumário da Imprensa o recebimento do primeiro número da Pará – Revista com colaborações em prosa e verso. O corpo redacional: Flexa Ribeiro (diretor), Moreira de Souza (secretário), Alves de Souza, José Carvalho, Medeiros Lima e Alcides Mendes (redatores).

O periódico do Recife (domingo, 26/1/1908), na seção “Várias”, registra a passagem dele no dia do anterior para Ba Pagã” (1907), acabou de concluir um novo livro, Claro e Escuro”, trabalho que vai ser editado por uma livraria do Porto (Portugal).

O professor, crítico, jornalista e historiador de arte dirige a Escola Nacional de Belas Artes (1948/52). Escreveu História Crítica da Arte (1962), uma obra de grande envergadura, clássico da historiografia no Brasil e ainda referência no estudo das artes.

A obra inclui “Episódio Trágico (1905) e “O Amor e a Morte” (1914). Colabora na revista Cenáculo, Correio da Manhã, Ilustração Brasileira, Jornal do Comércio, O Malho, O Paiz, La Prensa (Argentina) e Le Fígaro (Paris).

Obras: Fialho D’Almeida (1911), Rubens e os Flamengos (1917) – tese apresentada ao concurso para a cátedra História da Arte na academia -, O Imaginário (Pretextos de Arte) em 1925 e Renan, Narciso (da Arte, do Amor e da Moral).

FONTES

A República

Diário de Pernambuco

Biblioteca Nacional Digital

Dezenovevinte

Wikipedia