*Alexsandro Alves
A MORTE DE ANTÍNOO
(de Alexsandro Alves)
A efígie de Antínoo nas águas do rio,
O heráldico amante de Adriano Augusto,
Findava-se o amor em tenaz fado injusto,
Porém não findava a amizade viril.
O verde telúrico sente sombrio,
E plúmbeo chuvisco a chorar cada arbusto,
Desliza do céu pelo tão nobre busto,
Adorna a tez morta em um vivo e vão brio.
As mãos masculinas de Adriano agora,
Tocam o vigor estagnado do aprisco,
Crepúsculo frio de tão intensa aurora.
Silente respeito ergue a terra, obelisco
Abstrato em memória deste eros de outrora,
De nobre e erudito prazer, trunfo prisco.