*Franklin Jorge
O que a levou a defender o direito dos gatos?
Desde criança tínhamos gatos e cães em casa. Minha irmã, é um exemplo de Protetora independente, e com o tempo comecei a perceber a problemática de animais de rua, em especial os gatos. Observo, pelas atitudes das pessoas, o repúdio em relação aos animais, como se eles não pudessem ter direito a existência como qualquer ser vivo.
Como surgiu esse projeto Uma casa para um gato?
O projeto de extensão Uma Casa Para Um Gato surgiu no ano de 2017 e prosseguiu em 2018. Nos últimos meses, o projeto se transformou em coletivo, formado por alunos voluntários, cujo objetivo é minimizar o sofrimento desses animais abandonados. O coletivo tem o Instagran @umacasaparaumgato. Através dele podemos chegar mais longe.
No que consiste essa ação?
A ação consiste no controle populacional e aumento da qualidade de vida dos gatos no IFRN/CNAT por meio da alimentação, castração, adoção e cuidados médicos. Dessa forma, incentivamos o convívio pacífico entre o ser humano e os animais.
Quais os frutos que tem colhido com esse projeto?
Temos conseguido sensibilizar a comunidade interna e extera sobre a problemática. A comunidade adota os animais, contribuem com a força de voluntários, ajudam na captação de recursos. Estamos atingindo nosso objetivo, melhorando a qualidade de vida desses animais, e proporcionando aos mais aptos, lares de adoção responsável.
Como consegue manter esse projeto?
Fazemos esse trabalho com recursos oriundos de doações, venda de produtos, parcerias em clínicas veterinárias, mão de obra voluntária.
O que cobraria das autoridades locais?
Apoio ao trabalho dos protetores independentes, com políticas públicas que reconheçam essa atividade, e a saúde dos animais como fator diretamente relacionado a saúde pública. Por meio de: legislação em defesa dos animais domésticos e de rua; redução de impostos nos remédios e vacinas; ampliação de campanhas de vacinação V5 para gatos e V10 para Caes; campanhas de vacinação com pessoal treinado; investimento nos Centros de Zoonoses para que atue em favor dos animais tratando-os com dignidade na assistência clínica veterinária; construção de hospital veterinário; campanhas educativas em escolas e meios de comunicação combatendo os maus tratos e abandono de animais; incentivar o controle populacional, estimulando a esterilização dos animais domésticos adotados ou comercializados.
A que atribui o abandando dos animais?
O abandono de animais, na minha opinião, deve-se, em primeiro lugar a ignorância em relação a esterilização, ainda há indivíduos, por motivo pessoal, que condenam a castração e quando seu animal engravida, os mesmos descartam mães e bebês como se fossem lixo. Em segundo lugar, as pessoas não querem se comprometer a dedicar seu tempo a um animal doente ou idoso, abandonando-os, na rua, a própria sorte. Em terceiro lugar, há péssima ideia de jogar a responsabilidade para o outro: “… vou deixar o animal na rua, pois vem uma alma boa para pega-lo”, nesse aspecto, como a criatura procura compaixão se nem ela teve a capacidade de fazer. As pessoas devem reconhecer que se Deus colocou um animal na sua vida, passa a ser sua responsabilidade.
Faz falta em Natal uma delegacia de defesa dos animais?
Sim, com especialistas no assunto. Também precisamos de legislação que ampare os animais de rua.
Qual é o perfil das pessoas que resgatam e cuidam de animais em situação de risco?
As pessoas que fazem esse tipo de trabalho, são os protetores independentes, aqueles que tem empatia pelos animais. Os protetores independentes se utilizam de seus próprios recursos, ou de terceiros que ajudam a causa, para alimentar, esterilizar, cuidar e abrigar os animais em situação de risco. Como qualquer ação social, a demanda e gigantesca, uma vez da impossibilidade de proteger a todos, a maioria dos protetores passam ou já passaram por estresse, agravado pela omissão da população ou ações de maus tratos com os animais de rua, não deixando proporcionar a eles alimento e água, culminando com a morte por envenenamento, atropelamento e fome.
