*José Vanilson Julião
Da série sobre Zé Brasil, mais um artigo de Vanilson Julião.
Não sou muito de gravar ou memorizar nada. Por isso eu digo que nada sei de cor do imperador Nero.
A não ser que ele teria mandado incendiar Roma e dedilhava um instrumento musical enquanto a cidade ardia. E olhe que li o romance Quo Vadis?, originalmente publicado em 1895, do polonês Henryk Adam Alexsander Pius Osyk-Sienkewicz (1846 – 1916), foto abaixo.
E também assisti no Cine Canário, em Cerro-Corá, o filme épico do mesmo nome, de 1951, estrelado por Robert Taylor (1911 – 1969) e Deborah Kerr (1921 – 2007). Na fita ficou famosa a cena em que o mandachuva romano – interpretado pelo magnífico ator inglês Peter Ustinov (1921 – 2004) – movimenta a mão com o polegar para baixo, o sinal para a matança dos cristãos na arena da Cidade Eterna.
E sei também que o imperador foi personagem em Calígula, obra de Albert Camus (1913 – 1960). E Franklin Jorge viu essa obra encenada por Jesiel Figueiredo (1944 – 1994) e resolveu levar para o Açu.
Mas será que o intérprete potiguar conseguiu por todas estas cenas em uma única peça de teatro, em dois ou três atos, lá pelas bandas do Açu no final dos anos 60?
Pois houve por lá, nesse período, uma peça sobre Nero.
O Nero tupiniquim me é revelado pela primeira vez na longa reunião que testemunhei entre Franklin Jorge e Jose de Medeiros Brasil. Claro que o imperador só poderia ser interpretado pelo “baixinho do rosto latino com traço etrusco”, o nosso amigo FJ, pois ele mesmo é o autor do texto perdido nas brumas do tempo.
O redator também é surpreendido com outra revelação extraordinária: Zé Brasil (para os íntimos) é um dos atores principais da peça. Interpreta o senador Petrônio (pelo menos foi o que escutei…)
Os pormenores estão gravados e convoco a outra testemunha ocular da história, ou melhor, do encontro: o editor do “Navegos”, o professor Alexsandro Alves.
Nota do Editor Públio Élio Adriano Alexander: mais detalhes sobre essa orgia no vale do Açu em breve!