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Uma homenagem açodada e despropositada

Autoridades se alvoraçam para homenagear a memória de um empresário em detrimento do General Salgado Filho, que tantos serviços nos prestou durante a Segunda Guerra Mundial.

*Franklin Jorge

Natal precisa reformular suas políticas culturais para engrandecimento da cidade. Precisa ter um sotaque próprio e indiscutível, capaz de apresentar-se como uma força motriz e não como coadjuvante e si mesma, segundo a vontade de gestores desprovidos de talento e refinamento. Quando a sua verdadeira vocação é o cosmopolitismo , a expansão e o voo largo.

Quando vimos o que os governos paraibanos fizeram de sua cultura, podemos ter uma ideia do quanto nos achamos empacados entre tantas perspectivas de futuro que parecem se distanciar à medida que o tempo avança sem deixar marcas, exceto as ocasionais e corriqueiras, como ocorre a cada governo, cada qual mais infensos às possibilidades econômicas do turismo cultural de que o Ceará-Mirim, terra imperial dos engenhos é exemplo insofismável e indiscutível.

Quem melhor se debruçou sobre Natal foi o ex-deputado Rogério Marinho, vale de chambre da ex-prefeita Wilma de Faria, que na surdina urdiu um plano de governo capaz de abranger todos os setores da administração pública. Não importa que tenha sido em grande parte utópico, mas faz-se necessário da o primeiro passo sob a pena de continuarmos estagnados e a ver navios, como ocorre a séculos por governos que empurram os problemas pela barriga, sem se deixar tocar pelas urgências que são muitos e exigem soluções que não podem ser postergadas. Até a cidade de Teresina evoluiu em relação Natal, apesar de sua extrema pobreza, e o que me parece mais interessante, por iniciativa de um empresário nascido no Rio Grande do Norte, em Luís Gomes, instalando-se lá com a sua holding de empresas – o Grupo Claudino -, que deu vida e um animo novo a uma terra que era citada como o lugar onde o Cão perdera as esporas.

É deplorável que em meio a crise tremenda nossas autoridades – prefeito, governadora e deputados – percam o seu precioso tempo discutindo  se deixam o tiram o nome a Avenida Salgado Filho, para substitui-lo por Nevaldo Rocha, recém-falecido, que, se deu empregos a muita gente, jamais usou de seus recursos para desenvolver um programa social de relevância, como faz na serra der Luís Gomes Joao Claudino, mesmo depois de morto, porque o que ele fez deu ensejo ao futuro e somente uma catástrofe de proporções colossais poria um ponto final, o que significaria o fim do próprio futuro.

Que os nossos deputados, prefeito e governadora  abaixam o facho ou se sentem na ponta de um iceberg, pensando, que temos outras prioridades mais urgentes e mais inadiáveis, como as que se criariam soluções para a natureza dos problemas que no presente enfrentamos, como o desemprego e a violência que a fome e a necessidade produzem em escala que diria indústria.

Nevado Rocha já foi por demais homenageado pelo Rio Grande do Norte, ao forjar aqui um considerável patrimônio, explorando ante a pusilanimidade dos Fiscais do Trabalho  uma força de trabalho de milhares de mulheres servis a um prato de comida.

Passem a mão na consciência e deixem o corpo do grande e insensível plutocrata refrescar-se na terra fria, sete palmos abaixo do chão.

E tenho dito.