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Uma lenda com cara de fake news

Colaborador de Ponto Crítico, articulista gaúcho desconstrói um velho mito – o de que agosto é o mês do desgosto e do azar.

Gilberto Simões Pires

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Entra ano e sai ano e o mês de Agosto segue mantendo a fama, notadamente para aqueles que são dominados pela superstição, de Mês do desgosto, ou, para muitos, de Mês do cachorro louco.
Segundo reza a lenda, no século 1 os antigos romanos temiam o mês de agosto, por acreditar que nessa época aparecia no céu, durante a noite, um dragão cuspindo fogo. Na realidade tratava-se da constelação de Leão, que fica mais visível durante este período do ano.

Mais recentemente, alguns acontecimentos mundiais ajudaram para manter a crença de que o mês de Agosto é agourento, como: 1- no dia 2 de agosto de 1934, Hitler tornou-se líder da Alemanha; 2- em 1945, nos dias 6 e 9 de agosto, Hiroshima e Nagasaki foram atacadas pelas bombas atômicas. No Brasil, por exemplo, no dia 21 de agosto de 1961 Jânio Quadros renunciou à presidência; e no dia 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas cometeu suicídio.
Ora, problemas e soluções não marcam dia, mês e hora para se tornarem realidade. Quem faz as coisas acontecerem somos nós, que habitamos este planeta, e nada têm a ver com os meses do ano.
Vejam, por exemplo, que os ministros do STF nunca mostraram mínima preocupação em aguardar a chegada do mês de agosto para decidir aquilo que nem os ferozes dragões cuspindo fogo pelas ventas, seriam capazes. Como se vê, o ministro Gilmar Mendes não espera a chegada do mês de Agosto para mandar soltar todos os tipos de bandidos; da mesma forma, o ministro Alexandre de Moraes, que atua diariamente contra a liberdade de todos os brasileiros.

Pois, na minha ótica o mês de agosto oferece muita coisa boa para festejar. Um, que me dá imenso prazer e alegria, é que a minha filha nasceu no dia 13. Outro, porque o segundo domingo de agosto, aqui no Brasil, é o Dia dos Pais. não há, portanto, como considerar que este é o Mês do desgosto.