*Franklin Jorge
Parece que o prefeito de Natal nasceu com a bunda virada a lua. Parlamentar por quase 30 anos, elegeu-se prefeito de sua terra natal, sem, no entanto, destacar-se em coisa alguma. Surpreendeu quando nos apareceu como vice na chapa encabeçada por Carlos Eduardo Alves, que ao renunciar açodadamente para disputar o governo do estado, alçou-o a uma posição da qual Álvaro Dias soube tirar proveito desde o primeiro instante.
Não se pode dizer de Álvaro que, por inércia, seja capaz de deixar o cavalo passar selado sem monta-lo e sem esporeá-lo de acordo com sua vontade que não é pouca, mas antes de alimenta de uma aparentemente discreta vontade de poder. Ele sonha com voos altos e com a criação de uma dinastia capaz de colocar sua família na crista da onda.
Pacientemente o neto de Dona Adalgisa esperou a sua vez à sombra do até então maior eleitor de Natal e, sem esforço, o ocupou seu lugar, tornando difícil a volta por cima de um homem bom mas político inabilidoso com a propensão de fazer acompanhar de quem não presta ou não lhe dá sombra. Não admira que fosse a maior preocupação de seu pai, que enquanto viveu se esforçava para limpar-lhe a barra. Imagine acompanha-se de gente da alai de Sávio Hacradt, odiado por todo mundo e um dos mais molecosos titulares do Gabinete Civil que a cidade já teve. Alguém que, como Dácio Galvão, contribuiu desmedidamente para fazer o prefeito odiado em segmentos estratégicos.
Esses fatos mostram-nos que Carlos Eduardo não detém mais o poder que tinha e, por sua inépcia, passou a depender do atual prefeito, que naturalmente não terá interesse em amamentá-lo. É o que veremos quando ele se eleger nas próximas eleições. Álvaro Dias não vai querer carregar esse fardo por todo o seu mandato.
Dizem por aí que o ex-prefeio tem condições de se eleger vereador e ao mesmo tempo eleger uma bancada numerosa, como se cria da ex-prefeita Wilma de Faria, que chegou à Câmara Municipal botando o fel pela boca. A mulher que teria força para eleger toda uma bancada e mandar na Câmara, como uma espécie de prefeita paralela, quase morreu na praia, sem fazer a bancada que lhe daria o respaldo necessário para manietar o prefeito, no caso, Carlos Eduardo.
Em resumo, em política, sobretudo, não se pode contar com o ovo no cu da galinha. Eis a verdade reles e certa.