• search
  • Entrar — Criar Conta

Uma mente brilhante e libertária

Num impulso de gratidão e reconhecimento, Colaborador de Navegos destaca a contribuição de filósofo recentemente falecido que enriqueceu e popularizou nas últimas décadas o pensamento conservador e liberal no Brasil

*Valterlucio Bessa Campelo

[email protected]

Esta não é uma discussão sobre seu pensamento ou sequer uma homenagem, é apenas um impulso imediato. O mundo e o Brasil, especialmente, acordou nesta terça-feira, bastante menor. A morte de Olavo de Carvalho é no mundo inteligente um desfalque muito importante. Não apenas para seus seguidores, mas também para seus adversários honestos. Trata-se de uma referência a favor de quem se pode argumentar e de quem se pode divergir em alto nível, raridade neste país em que se aplaude Barrosidades aveludadas e fãs de ladrões de celular.

Lamentam a morte de Olavo quem em algum momento foi capaz de se perguntar com simplicidade: Como chegamos aqui? Comemoram a sua morte aqueles que por ignorância ou militância mesmo, o odiavam como a um farol na rua onde pretendiam praticar crimes. Sim. Olavo de Carvalho iluminou becos, ruas e avenidas onde a esquerda se acoitava para tramar a transformação da América Latina numa “latrina” (desculpem o trocadilho) de sua imundície ideológica.

Não se sabia, não se ouvia falar, não se dava atenção ao Foro de São Paulo antes de Olavo iluminar aquele cafofo de ladrões e ditadores e, com isto, revelar aos democratas o ninho de ratos em que Lula, Fidel, Chávez et caterva articulavam tiranias. Não se tinha a dimensão da dominação das universidades e da prestação de serviço podre que a cultura brasileira e partidos políticos dedicou ao socialismo mofado que há mais 100 anos amarga fracassos econômicos, persegue, prende e mata aos milhões.

Parecia não haver entre os brasileiros quem pudesse de igual para igual debater, divergir, convergir, criticar os ícones da cultura mundial. Comíamos nas mãos quebradas da Escola de Frankfurt e suas crias diretas ou indiretas. Gente da espécie Triburi e Chauí se revezavam no trono da sabedoria como guia intelectual de uma multidão de abestados docentes e discentes de nossas faculdades. O outro lado não existia. Olavo quebrou esse prato raso e ofereceu a milhares de interessados a oportunidade de ver as coisas como elas são.

Foi preciso que Olavo de Carvalho, ao seu modo, bruto como um machado, abrisse uma clareira na floresta do pensamento dominada pela esquerdopatia para que nela fosse germinado um pensamento conservador, de direita, de que aliás, muitos se aproveitaram. Menos mal. Importa que Olavo foi um pensador que influenciou, cutucou, acordou e instruiu milhões de pessoas no Brasil e no mundo nas últimas décadas.

O Brasileiro intelectualmente honesto, ainda que seu crítico, haverá de lamentar a sua morte. Olavo era daqueles que punham o indivíduo a pensar, a refletir a concluir por si mesmo, como deve ser desde Sócrates. Quem faz o contrário é aquele que grita por liberdade vestindo uma camisa cor de sangue com símbolos e ícones socialistas assassinos. Estes estão,certamente rindo, talvez pensando, por ignorantes que são, que Olavo de fato morreu.

É certo que seu corpo não estará entre nós. Novas ideias e chutes na bunda ideológica de um monte não veremos, mas, como no início, reafirmo que Olavo foi luz sobre a cidade, sobre as universidades, sobre o homem comum. Foi a mosca que caiu na sopa da esquerda, estragou seu jantar e ajudou milhões a refletirem sobre o itinerário nefasto que estava marcado para a América Latina.

Que seja muito mais lido e visto, que seja divulgado e debatido mais ainda, que suas ideia sejam discutidas honestamente, que continue a nos mover no sentido de enfrentar pelo argumento, pela lógica, pelas ideias essa torrente progressista pronta à servidão. Afinal, agora eles são mais visíveis, identificáveis, todos sabem o que tramam, podemos prever aonde querem chegar esmagando a liberdade. Não chegarão.