*João Maria Freire
O artista plástico José Estelo é um dos nomes mais conhecidos das artes no RN. Seus quadros enfeitam salas e salões de residências, galerias e repartições públicas pelo Brasil afora. Até livros já se escreveu sobre Estelo.
Aposentado pela prefeitura de São José de Mipibu com salário mínimo, depois de anos de serviços prestados diariamente na sede da prefeitura, Estelo já há algum tempo goza o descanso merecido. Também há anos o artista precisa de apoio para continuar seu trabalho e até mesmo para o sustento seu e da sua família, afinal viver neste país com salário mínimo não é fácil para ninguém – imagine milhares de brasileiros que nem isso tem.
O artista plástico mipibuense, com tempo para se dedicar ao trabalho, também enfrenta problemas de saúde, precisando de remédios caros, que lhe consomem boa parte dos rendimentos.
Quem admira seu trabalho e tem lhe visitado, sai defendendo que a prefeitura de São José, ou mesmo o governo do Estado, concedam uma pensão especial, nos moldes do que foi feito, com justiça, esta semana, após uma via crucis quase sem fim, para o compositor natalense Mirabô Dantas, que a partir de agora irá receber uma pensão especial, proposta, em 2018 pelo Conselho Estadual de Cultura e que finalmente saiu do papel pela ação direta da governadora Fátima Bezerra.
A pensão especial (à nível estadual) para quem dedicou a vida à cultura foi criada pela Lei 7 de 23 outubro de 1974, idealizada pelo então governador Cortez Pereira. Para ser aplicada, ela só precisa da decisão isolada do gestor. Para Mirabô, excelente artista, a pensão foi aprovada à unanimidade no Conselho de Cultura em fevereiro de 2018, a proposta perambulou em gavetas de burocratas por todos estes anos até que agora se efetivou.
Voltando a Estelo, com sua assessoria jurídica, a prefeitura poderia estudar uma forma de fazer isso, vez que ele já recebe remuneração previdenciária, (insuficiente, como já se disse, para sua manutenção e da família). A Câmara Municipal da cidade, que tantas homenagens fez a Estelo e tem quadro seu em suas dependências, também poderia ver uma forma de implementar isso.
Que rendamos as homenagens necessárias em vida a este grande artista, garantindo dignidade ao seu sustento e dando condições para que continue a desenvolver sua arte (afinal o material para pintar seus quadros custa caro e não pode ser custeado apenas com a renda amealhada com as poucas vendas do seu trabalho, num país que valoriza tão pouco a cultura).