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Uma poesia que desmitifica o lugar-comum

Em comemoração aos 70 anos de Franklin Jorge, Navegos passa a publicar a partir de hoje, 1º de Setembro, até o próximo dia 8, uma série de artigos e depoimentos amealhados ao longo dos últimos 50 anos sobre a vida e a obra do escritor e jornalista nascido no Ceará-Mirim.

*Homero Homem – Escritor, membro do PEN Club do Brasil e do Conselho Federal de Cultura

A poesia atual brasileira passa por uma grande reestruturação: deixou seu papel passivo para tornar-se combativa e atuante. Abandonou os hermetismos para ser clara e objetiva: largou  suas fórmulas convencionais para encontrar soluções mais condizentes com  a realidade histórica.

A poesia atual brasileira desmitifica  toda a ideia que se fez de seus autores: seres boêmios, meio loucos, meio impulsivos, meio predestinados, meio etéreos, em seu mundo imaterial.  Os poetas atuais são palpáveis e presentes.  Não se fazem alheios nem deixam de assumir as consequências de seu tempo. Seu mundo é o do dia-a-dia, e eles não atingem apenas determinada classe de pessoas,; falam ara o povo, em todos os lugares, , em todos momentos e a todos engloba  em sua denúncia, vigor e violência.

Leila Míccolis e Franklin Jorge seguem essa linha de ação:  num enfoque lírico-agressivo contestam os valores sociais através uma das formas mais expressivas da comunicação humana: a sexualidade; ensejam uma revisão valorativa nos padrões diários ao explorar erros e opções não exercidas face à acomodação e à atitude omissiva.

Impróprio para menores de 18 amores exerce a função da poesia atual: questionar os valores preestabelecidos e andar par a par com a realidade de seu tempo e sua história, de seu país e de sua gente.

Rio, 1975.

Capa da livro: Impróprio para menores de 18 amores