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Uma vida para a literatura

A grandeza de uma vida dedicada aos livros, à literatura e ao pensamento crítico. A nobreza contida em palavras selecionadas por um espírito forte, amplo e livre.

*Socorro Figueiredo

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Depois de cascudo, ninguém escreveu mais no Rio Grande do Norte. Quem priva de sua amizade e teve acesso aos seus papeis, sabe que sua vida tem sido ler, pesquisar, escrever e realizar, marcando sua presença com trabalho significativo, como a Oficina de Gravura Rossini Quintas Perez [1979] e Pinacoteca do Estado [1983].

Tive continuamente esse privilégio de manusear seus manuscritos e a correspondência com artistas e escritores brasileiros e estrangeiros. Quanta diversidade e qualidade, nesse acervo amealhado por Franklin Jorge em seu convívio com os Mestres e a divulgação dos jovens talentos de sua Geração e os talentos emergentes que apoiou e divulgou em livros e jornais.

Relendo páginas de seus Diários e de outros escritos inéditos que transbordam de suas gavetas, em anos de criação ininterrupta, mesmo em momentos dramáticos de sua existência, selecionei alguns Fragmentos de livros e caderno de notas.

.Escrever é uma longa e exaustiva paciência.

.Nunca imaginei a vida sem livros

.Sobrevivi porque me empenhei em ter mérito e produzir uma obra que me representasse no futuro.

.Compreendi ainda muito cedo que a vida, além de sua duração, quer viver, sem nenhum sentido. Cabe-nos o desafio de dar-lhe sentido.

.Não quero ser dos que se calam.

.Disse Proust que a imortalidade é possível, sim. Mas somente através a criação de uma obra.

.A vida não teria nenhum sentido sem o arremate da morte. A morte baliza a vida produtiva.

.Ler ensina a pensar.